Em um cotidiano marcado pela seca e pelo machismo, as mulheres do sertão enfrentam as adversidades se organizando em grupos produtivos, em feiras solidárias e em rodas de conversa. Para traduzir o papel feminino no contexto árido do sertão, um projeto deu início ao documentário “Sertão Feminino”, que narra a história de três mulheres e suas relações com a terra.


Como protagonistas do trabalho, despontam Isabel, poetiza, moradora de Pacatuba; Raimunda Inês, agricultora que cultiva produtos orgânicos no quintal de sua casa em Ocara; e Larissa, que batalha para se alfabetizar no município de Quixadá. Três mulheres, três vidas, com histórias de vidas parecidas, mas que trazem em comum o trabalho com as mãos. Esse, inclusive, o fio condutor do documentário.


São mãos que lutam, através da autonomia econômica, da conscientização política e da arte, para sobreviver à violência e construir novas trajetórias. Essas mulheres estão ganhando destaques nos seus municípios, são lideranças sociais nos espaços em que atuam, participam do projeto social, A Força da Mulher, com a realização das entidades Cearah Periferia e Esplar. A idéia do programa é mostrar o cotidiano de Larissa, Raimunda e Inês, suas mãos e suas histórias. O documentário está em fase final, ganhou um edital da TV Futura e circulará nacionalmente.


Larissa, Raimunda Inês e Isabel são moradoras de três cidades do Interior do Ceará, estado que há três anos vive sob uma forte estiagem, e tentam, a partir do seu trabalho, enfrentar as adversidades da vida, superar a violência sexual sofrida em casa, a falta de sonhos e perspectivas. Além da sina e da beleza de serem mulheres, essas três personagens trazem algo em comum: as mãos. Cada uma as manuseia de um modo singular: Isabel é poetiza, escreve versos em cordel, já Raimunda Inês cultiva produtos orgânicos no seu quintal, é agricultora e Larissa estuda, tenta fugir da sina do analfabetismo, da seca, da fome e do medo.


Através do documentário, Isabel, Raimunda Inês e Larissa ilustram o protagonismo feminino, cuja força é representada por suas mãos e trabalho. São mulheres feitas de coragem, que lutam contra a violência e que levam no corpo as marcas e a dores de uma vida árida. Mas, é justamente a paixão pela vida e o trabalho que conectam as protagonistas do “Sertão Feminino”.


Fonte: Cearah Periferia

*Crédito da foto: Cearah Periferia

 

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