As lesões e mortes decorrentes de acidentes referentes a trânsito, envenenamento, afogamento, quedas, queimaduras e outros são a principal causa de morte com crianças a partir de um ano de idade no Brasil. Esta também é a realidade no mundo onde o trauma é a principal causa de morte em crianças e adultos jovens e um dos maiores problemas de saúde pública mundial. Os dados são do relatório da Rede Nacional Primeira Infância sobre acidentes com crianças.


A boa notícia, no entanto, é que estudos da Ong Safe Kids Worldwide mostram que pelo menos  90% dessas lesões podem ser evitadas a partir das seguintes estratégias: avaliação; educação; modificações de engenharia e do meio ambiente; criação e cumprimento da leis e “empoderamento” da comunidade.


Recomendações

As crianças, afirma o relatório, são mais frágeis fisicamente, inexperientes, não tem medo e ainda estão desenvolvendo suas habilidades de reação aos perigos. Por isso, é muito importante adequar os ambientes em que elas vivem (escola, casa, parquinhos, etc.) e educar seus cuidadores para reconhecerem estes perigos e terem uma supervisão ativa sobre as crianças.


Em cada fase do desenvolvimento, as crianças precisam de cuidados específicos. Até um ano, elas são frágeis fisicamente e estão mais vulneráveis principalmente as quedas e a sufocação. De dois a quatro anos, elas são curiosas e inconsequentes. Já de cinco a nove anos, são influenciáveis e com habilidades motoras abaixo do julgamento crítico fazendo. Nestas duas faixas etárias estão em maior risco de sofrer

acidentes letais como de trânsito e afogamentos, e hospitalizações com quedas e queimaduras.


O relatório da Rede Nacional Primeira Infância também sugere ensinar a criança a se comportar com segurança no trânsito, a parar na calçada ou no canto da rua e olhar para os dois lados antes de atravessar as ruas. Nos parquinhos, as quedas representam as mais severas lesões. O risco é quatro vezes maior se a criança cai de um brinquedo mais alto que 1,5m. Importante sempre verificar se os equipamentos são apropriados para a idade da criança e fique atento aos perigos como ferrugem, pregos expostos, superfícies instáveis ou quebradas.


Os afogamentos são rápidos, silenciosos e de grande gravidade, por isso as crianças devem sempre ser supervisionadas por um adulto, quando próximas à água. Os baldes e bacias devem ser guardados no alto quando com água e virados para baixo e fora do alcance das crianças quando sem uso.


De acordo com a pesquisa, as famílias, professores, agentes de saúde e cuidadores profissionais devem fazer cursos de primeiros socorros.

Fatores econômicos e sociais

Segundo Alessandra Françoia, coordenadora da Criança Segura, uma das ONG’s que integra a Rede Nacional Primeira Infância, “alguns elementos observados em nossa sociedade e no ambiente que vivemos estão ligados ao aumento da exposição das crianças aos riscos de acidentes. A falta de informação, de infraestrutura adequada, de espaços de lazer, creches e escolas e de políticas públicas direcionadas à prevenção de acidentes são alguns exemplos desta relação. Sabe-se que alguns fatores como pobreza, mãe solteira e jovem, baixo nível de educação materna, habitações precárias e famílias numerosas estão associados aos riscos de acidentes. Por outro lado, é importante ressaltar que qualquer criança, independentemente de sua classe social, está vulnerável à ocorrência de um acidente”.


Segundo o Relatório Mundial de Prevenção de Acidentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), lançado em 2008, os acidentes com crianças acontecem em países de baixa e média renda, onde as crianças pobres são desproporcionalmente mais afetadas. Algumas das mais atingidas são as que vivem em pobreza crônica e em áreas rurais ou em zonas de conflito. Foram identificados diversos fatores socioeconômicos relacionados aos acidentes com crianças:

•         Fatores Econômicos – como a renda familiar;

•         Fatores Sociais – como a educação materna;

•         Fatores relacionados à estrutura familiar – incluindo pais solteiros, idade da mãe, número de pessoas na casa e número de filhos;

•         Fatores relacionados à hospedagem (ao lar) – tipo de arrendamento, tipo de moradia, nível de superlotação e vários fatores que descrevem o bairro.

Estes fatores podem afetar o risco de acidentes de diversas formas. Em famílias pobres, os pais podem não ser capazes de:

•         Cuidar ou supervisionar adequadamente seus filhos e terão que deixá-los sozinhos ou com irmãos para ir trabalhar;

•         Comprar equipamentos de segurança, como cadeirinhas para carro, protetores de tomada e capacetes.

Crianças que vivem na pobreza podem ser expostas a ambientes perigosos, incluindo:

•         Um volume grande de tráfego de veículos em alta velocidade;

•         Ambientes de lazer e espaços inseguros para brincar;

•         Condições precárias de moradia, como uma cozinha inadequada e ambiente aberto para preparo de comida;

•         Janelas, escadas e telhados desprotegidos.


Com informações da Rede Nacional Primeira Infância

 

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