Estudos apontam que a sonolência ao volante causa 22 mortes por dia no país. A atual legislação determina um descanso diário de 11 horas. Um motorista profissional que trabalha mais de 12 horas por dia dobra as chances de se envolver em um acidente. Acima de 14 horas de jornada de trabalho, o risco de acidente triplica – é o que aponta diversos estudos desenvolvidos por especialistas em medicina do sono.

 

Para o médico especialista no assunto, Sergio Almeida, a questão não está só relacionada ao tempo de descanso, mas principalmente a quanto é o tempo da jornada de trabalho. “O que mais se observa é que o tempo de descanso de motoristas de ônibus e caminhoneiros às vezes não é adequado”, diz Sergio Almeida. Segundo ele, um motorista que fica longas horas acordado sente os mesmos efeitos de dirigir embriagado.


O especialista alerta que o sono inadequado também é um risco para os motoristas profissionais. Segundo ele, a maioria deles tem algum distúrbio do sono que contribui para que o descanso não seja de qualidade. “Quando o motorista não tem um sono eficiente, ou por distúrbio do sono ou porque dormiu pouco ou porque dormiu ‘picado’ e não consegue descansar durante o período todo, reflexo, atenção, concentração, processo decisório, maior sonolência [são comprometidos]”.

 
Lei do Descanso

Sergio Almeida considera que a Lei 12.619/2012, que estabelece regras de descanso para motoristas profissionais contribui para melhorar as condições dos trabalhadores. Mas ele diz que ainda falta um trabalho de conscientização com os próprios motoristas para evitar jornadas de trabalho excessivas.

 
Orientações

 Se o motorista apresentar os seguintes indicativos:

 – Sensação de olhos pesados e frequência ao piscar.

– Falta de concentração e diminuição dos reflexos.

– Passar em sinais vermelhos ou perder saídas em estradas.

– Invadir a pista contrária.

– Dificuldade em manter a cabeça levantada.

– Irritação.

 

É recomendado ao motorista estacionar o carro e descansar. Qualquer tipo de dificuldade e alterações no sono, o indivíduo deve procurar uma orientação médica para uma avaliação mais específica.

 

Em relação ao tratamento não há uma única fórmula. Por ter causas multifatoriais o tratamento deve ser individualizado. “O ideal é contar com uma equipe multidisciplinar qualificada e com os equipamentos necessários para os exames, dentre eles a polissonografia – exame capaz de emitir um diagnóstico preciso”, afirma o médico.

 

Até bem pouco tempo atrás só era possível realizar a polissografia na própria clínica. O paciente era conectado a vários equipamentos e monitorado por especialistas que identificavam a qualidade do sono. De acordo com o especialista, esse exame já pode ser realizado em domicílio, sem nenhum prejuízo em relação ao diagnóstico.

 

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