Nunca fui dado a ter paranoia e de certa maneira, não ficava até a pouco achando que algo negativo ia me ocorrer, mas, como a única coisa que não muda é que tudo muda, como já verbalizou tempos atrás o grande Heráclito, ando meio assustado com tantas negatividades rondando nosso cotidiano.


Hoje quando paro o carro para ver algo no celular, olho para os lados e fico pensando que pode rolar um estresse. Também não ando confiando muito nos motoqueiros e nem gente bonita com terno e gravata me inspira mais confiança.


Dias atrás embarquei com a esposa Deinha e filhos para uns dias em Orlando, onde os parques da Disney ofertam divertidos passatempos e onde podemos desfrutar de sensações que andam raras por aqui.


Na cidade americana pude de fato desfrutar da tão decantada sensação de segurança, comentada em artigos jornalísticos e teses de mestres e doutores da segurança pública tupiniquim.


A tal sensação de segurança, na minha avaliação, é aquele gostoso passeio sem medo, com deslocamentos tranquilos a qualquer hora e em qualquer lugar, totalmente relaxado e, emoldurado pela fantástica observação de casas sem muros, com jardins dando acesso direto a entrada, provocando um bem estar danado em meu ser, diante de tão extasiante visão.


Outra coisa legal que senti foi ver policiais e ficar tranquilão, pois, por mais incrível que possa parecer, aqui no Brasil, até cruzar com um policial dá certo pavor, diante das estatísticas que existem aos montes, deles formando no time dos bandidos e batendo continência para o vil metal, traindo todos nós que os pagamos para outros fins.


As sensações que podemos vivenciar em cidades como Orlando, claro, ocorrem também pelo fato de circularmos em áreas mais turísticas, não isentando a cidade de coisas negativas, principalmente para aqueles que buscam nas noitadas os embalos com a turma da prostituição, drogas e lutas baixoastrais.


Como eu e os meus somos dos parques temáticos, lanches, passeios de carro e visitas aos templos do consumo, tivemos um agradabilíssimo passeio, curtindo a cidade e sua organização, com tudo funcionando, um trânsito magnífico, pessoas gentis, impecável limpeza e produtos acessíveis, mesmo com o dólar num patamar alto, ainda assim, tivemos condições de adquirir objetos diversos com valores que custam menos da metade dos aqui comercializados, deixando clara a impressionante carga tributária praticada no Brasil.


São essas sensações de segurança e de poder de compra que agregam valor a viagem, com a gente podendo sair de casa sem nenhum resquício de receio quanto a nossa integridade física, saber que encontraremos produtos bons e baratos e que poderemos incorporá-los a nossa existência material, além da inigualável sensação visual de ver um espaço urbano organizado, com pouquíssimos prédios, casas abertas e um povo educado e que não se nega a informar, falar, pedir desculpa por tudo e com licença a todo o momento.


Um destino assim nos convida a voltar sempre e em nossas memórias, essas gostosas sensações vivenciadas potencializam o desejo de tornar nosso amado Brasil um país tão próspero quanto os EUA e com essas coisas inigualáveis de segurança, educação e produtos com preços justos e acessíveis para o conjunto da população.    

 

Flávio Rezende é escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN. Email: escritorflaviorezende@gmail.com

 

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