A tradição médica no País sempre lutou em defesa da vida. Essa minoria do Conselho Federal de Medicina (CFM) não tem representatividade para falar em nome de 400 mil médicos. Pluralismo democrático não significa a prática de delitos em seu nome. Tirar a vida de alguém é crime. A mulher, o companheiro, a equipe médica ou o Estado não têm esse direito.


A embriologia demonstra que a vida é um continuum que vai da célula-ovo (zigoto) ao velho. O zigoto possui um genoma único, a mulher hospeda o bebê, mas ele não faz parte do seu corpo; são dois seres distintos. Para não ser expulso como corpo estranho pelo sistema imune materno, o embrião produz substâncias que o mantém vivo durante a gestação, estabelecendo-se um acordo tácito entre o bebê e a gestante.


Os estudos sobre psiquismo fetal desde 1970 demonstram que a memória está presente desde o início da gestação, antes da formação do cérebro; o bebê guarda as lembranças com cicatrizes psicológicas. Os estudos demonstram que, no 7º dia do desenvolvimento, é possível marcar as células que desenvolverão o sistema nervoso (Goetz, 2012). Com 21 dias de desenvolvimento, o bebê tem um coração batendo. Com 9 semanas de desenvolvimento, o embrião elimina “urina” na bolsa amniótica. Da concepção aos dois anos, a intervenção nutricional na criança promoverá desenvolvimento da inteligência, força muscular, bom desempenho escolar, até a capacidade futura de gerar filhos. Deve-se intervir na saúde da mulher antes da gravidez, com uso de ácido fólico, por exemplo, o que impede má formações graves no bebê.


O abortamento é uma violência contra o bebê, que não tem como se defender; e é uma violência biológica e psicológica contra a mulher. Trata-se de um procedimento invasivo, podendo levar à esterilidade e até a morte da mulher; pode levar à depressão grave, tendências suicidas, abuso de álcool e drogas ilícitas. Quando vê as imagens do bebê na ultrassonografia, a mãe não pensa em aborto.


A mulher precisa de amparo à maternidade, acesso a um pré-natal de qualidade, esclarecimentos quanto aos métodos contraceptivos, creches para que possa trabalhar. Nossas crianças precisam de escola pública, de qualidade. Em defesa da vida sempre!

* Eliane Oliveira é médica neonatologista e professora da FAculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará –

elianemedufc@gmail.com


Artigo publicado originalmente no jornal O Povo, dia 11 de abril de 2013

 

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