A X Bienal Internacional do Livro do Ceará,  no Centro de Eventos Miguel Dias é um presente. Nela  há uma atração capaz de agradar do  desinformado infante  ao mais ilustre dos intelectuais. Refiro-me à Exposição: “Transições/Estação Pinacoteca do Estado do Ceará”.


 


São 26 trabalhos.  Ali, acompanhado por minha irmã professora Maria Amélia Sampaio Silveira, tive a sorte de ser recebido pelo entusiasta e afável artista plástico Carlos Macêdo que integra com o  genial  Osterne Feitosa a Curadoria e Texto; e com Nelson Bezerra a Fotografia, tendo ainda  Estrigas como Fonte de Pesquisas. Méritos para a Secretaria de Cultura do Estado.


 


Mostra: Raimundo Cela – inaugura a pintura iconográfica, com tipos nordestinos;   Vicente Leite – mesmo residindo no Rio de Janeiro, ao pintar paisagens locais colocava animais típicos dos sertões cearenses, como caprinos; Pretextato Bezerra  (TX)- primeira obra modernista pintada no Ceará (1936) mesmo que não o declarasse; Barrica  segue a tendência modernista  percebendo a ruptura proposta pelo (TX).


 


Mário Barata –  oficializa o modernismo no Ceará; Antônio Bandeira – modernista, torna-se influente em Paris e alimenta com informações a arte no Ceará, como foi o caso do contemporâneo Zé Tarcísio de quem era amigo e orientador; Aldemir Martins – premiado na Bienal de Veneza e foi o mais importante desenhista do mundo na época; Raimundo Garcia- primeiro surrealista  do Ceará; Barbosa Leite  – escreveu o primeiro livro sobre  artistas plásticos cearenses; Zenon Barreto –  desenhava, gravava,  fazia objetos, painéis, instalações,  esculpia; Nilo de Brito Firmeza (Estrigas) –  18 livros sobre artes e 2 de poemas; Nice Firmeza – pinta, borda, estabelecida no modernismo com maestria; Heloísa Juaçaba – com a obra “Branco sobre Branco” mostra a inquietação necessária ao rompimento com os fazeres tradicionais…Chico da Silva – descoberto por Chabloz  pintando em muros do Pirambu, premiado em Veneza e criou o que Hélio Rola e Roberto Galvão  intitularam Escola do Pirambu; Zé Tarcísio – sua obra “Regador” é destaque no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Hélio Rola – com Eduardo Eloy, Kazane, Sérgio Pinheiro, Alano de Freitas desenvolveram a pintura mural no Ceará que se repete com os grafiteiros; Eduardo Eloy – gravador; José Guedes – pintura, objeto, instalação, fotografia; Francisco de Almeida – gravador; Mano Alencar – usa muitas cores e uma abstração com o isolamento das tonalidades; Sérgio Pinheiro – utiliza vários materiais para sua pintura; João Bosco Lisboa de Morais – prêmio Rumos do Itaú Cultural; Milena Travassos – vídeo instalação, performance, fotografia; Weaver Lima – um dos mais importantes grafiteiros do Brasil. Imperdível!


 


* Artigo publicado no jornal O Estado e reproduzido neste site com autorização do autor


 


Paulo Tadeu é jornalista – paulotadeus@gmail.com

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