“Eu, Vitória”, documentário lançado recentemente na Livraria Cultura, mais que uma homenagem ao milagre da vida, é uma lição de amor para os tempos atuais.


O casal Joana e Marcelo Croxato levou adiante a gestação de sua filha com anencefalia. Nascida em 2010, a criança foi cuidada com extremado amor durante os dois anos em que viveu.


Esse casal nos ensinou que “Amar é querer um bem para o outro”, em palavras de Aristóteles; é alegrar-se com o bem do outro; é afirma-lo e procurar o melhor para o outro.


O que é o amor senão um ato da vontade! É fácil confundi-lo com o sentimento de afeto. Por isso muitas obras de amor não são realizadas, e sua compreensão é apequenada.


Com “Eu, Vitória” todos aprendemos que o valor de uma pessoa não está em suas qualidades profissionais, esportivas, artísticas, estéticas; e que para ser amada, uma pessoa não precisa nos demonstrar nada. Infelizmente muitos julgam que apenas serão amados se demonstrarem suas qualidades. Porém, quando perdem essas qualidades pelo passar do tempo, acidente ou doença, instala-se a a tristeza e a depressão.


Vitória foi amada porque era uma pessoa, e não pela esperança de que viesse a ser um dia exitosa profissional, artista destacada. Foi amada com aquele amor que não interpõe a pessoa amada às próprias necessidades ou objetivos. Esse amor rompe os moldes utilitaristas de hoje, que confunde a pessoa com o que ela possui. O relevante não é o que me oferece o outro, mas aquilo que ele é.


A curta vida de Vitória de Cristo Croxato , que pode ser locado gratuitamente através da rede de  lojas da Distrivídeo, foi um dom para todos nós. Com ela aprendemos que existe o amor-dádiva, que descobre no outro alguém a ser presenteado, servido, atendido, sem nada esperar em troca.

Ariovaldo Esteves Roggerio é advogado e atua em mediação de conflitos familiares; criou o Site Família em Contos (www.familiaemcontos.com.br), dedicado à educação e ao entretenimento.

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