No ano de 2006, a Revista Veja divulgou que a cidade de Fortaleza se encontrava em primeiro lugar na relação dos destinos mais procurados no Brasil. Não há como duvidar que isso se constitui em motivo de grande orgulho para os fortalezenses e os cearenses.


Estamos no ano de 2013 e Fortaleza ainda é um dos destinos mais procurados no Brasil e também o mais caro de todos, diga-se de passagem. Motivo de orgulho? Pode ser. O olhar do fortalezense e do cearense costuma ser generoso com a sua cidade, o que é natural, no entanto, um olhar crítico fica a indagar o que leva uma cidade mal cuidada, suja, desorganizada, a ser esse “paraíso” turístico.


Perdoem-me os “barristas”, mas Fortaleza é como uma bela menina de cabelos desgrenhados, dentes faltando numa boca bem desenhada, roupas sujas num corpo escultural. A Fortaleza bela há muito não desabrochou e a flor parece que murchou de vez.


Passear pela cidade de Fortaleza é encontrar lixo pelas ruas, canteiros e calçadas tomados pelo mato. A beira-mar está suja, desorganizada; a praia de Iracema mal cuidada; a praia do Futuro parece que nunca saiu do passado; as ruas esburacadas, enfim, a cidade possui claros ares de abandono, isso sem falar na falta de policiamento ostensivo, à vista de todos.


Às vezes, passamos a questionar o que leva Fortaleza a ser esse destino turístico tão divulgado e badalado. Faço isso constantemente. Não fossem nossas belezas naturais e nosso povo hospitaleiro, a desgraça estaria selada.


O Estado do Ceará e a sua capital possuem um potencial turístico indiscutível, com praias belas, povo hospitaleiro, clima agradável, paisagens dignas de cartão postal, serra, mar, rios, excelente artesanato, contudo, a falta de organização e de cuidados na preservação desse potencial turístico é evidente e se constata em cada esquina.


Uma nova administração municipal desponta e com ela a esperança de que as coisas melhorem. Ainda é cedo, porém há esperanças.


Não espera o cidadão milagres, soluções mágicas, tampouco uma Fortaleza bela, mas uma Fortaleza cuidada, administrada com carinho e com todo o respeito ao cidadão que paga tantos impostos.


Limpeza, higiene, organização, obras de infraestrutura concluídas, manutenção adequada dos espaços públicos, incentivo às iniciativas privadas envolvidas no ramo turístico, ações voltadas ao turismo e também à melhoria de qualidade de vida do povo… Será que o mínimo é tão difícil assim? Veremos.

* Artigo publicado no jornal o Estado e reproduzido neste site com autorização da autora

* Grecianny Cordeiro é promotora de Justiça

 

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