Um Ceará de encher os olhos, brilhante, vivo, pulsante, que revive os valores de sua gente e de suas tradições. Fotos gigantes dos mestres da cultura ainda vivos, uma singela homenagem aos que já se foram, vídeos, objetos pessoais da lida cotidiana resgatam a importância de 106 mestres de várias regiões do Estado. A exposição Legado dos MESTRES será aberta no domingo, 28/08, às 10h, no Complexo Cultural Estação das Artes (R. Dr. João Moreira, 540 – Centro)*. A iniciativa, contemplada no Edital Mecenas da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult-Ce) é da Fundação Waldemar Alcântara, com fotos de Jarbas Oliveira e pesquisa e curadoria de Dora Freitas e Sílvia Furtado.

“Os mestres da cultura tradicional popular são os representantes da mais genuína tradução do povo cearense” e dos seus modos de viver, de conviver com a natureza e sua ancestralidade, diz o texto das pesquisadoras Dora Freitas e Sílvia Furtado no Livro dos Mestres, publicado em 2017.   A pesquisa ocorreu nos anos de 2015 e 2016, quando a voz de cada um dos mestres deu vida à narrativa do livro. “No reisado se a gente fazia uma promessa para os santos Reis do Oriente, se fosse valido,  aí enquanto fosse vivo tinha de manter aquela cultura viva”, disse o mestre Antônio Luiz de Souza.

Há quase 20 anos, na gestão do ex-governador Lúcio Alcantara, os mestres cearenses foram reconhecidos como guardiães da cultura e passaram a receber a proteção do Estado, por meio de suporte financeiro mensal (Lei 13.351, de 2003). “Isso é necessário ser saudado, mas não esqueçamos a necessidade de cada vez mais ampliarmos o leque de amparo às manifestações culturais que nos circundam. Levando em conta a constante transformação de nossa sociedade, de pronto se aquilata o enorme risco de extinção de manifestações populares tradicionais ligadas à religião, à arte, folguedos, gastronomia e ofícios que cessam continuamente em decorrência da mudança veloz de usos e costumes”, observa o idealizador da Fundação Waldemar Alcântara, Lúcio Alcântara.

Durante a abertura da exposição, que ficará disponível à visitação pública também nos meses de setembro e outubro, haverá a apresentação do Reisado dos Irmãos, de Juazeiro do Norte, que reúne entre seus 40 brincantes, as diversas gerações de famílias que preservam a cultura do Cariri. “É muito interessante essa exposição, porque ela está vinculada à Fundação Waldemar Alcântara, e foi justamente no governo do Lúcio Alcântara, com a professora Cláudia Leitão, secretária da Cultura, que se iniciou esse projeto dos mestres. E essa exposição coroa os saberes e fazeres, as artes e ofícios, esses senhores e senhoras, guardiães da memória da nossa tradição popular”, afirma o secretário de Cultura do Estado, Fabiano Piúba.

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