A definição de uma data para homenagear a “Mulher”, tem uma conotação muito maior do que aparenta. Muitos homens acreditam que se trata apenas de distribuição de flores e gentilezas pelos escritórios e estabelecimentos comerciais. Entretanto, a data propõe uma séria reflexão sobre a distinção dos gêneros. As diferenças são de fato respeitadas? As diferenças físicas e emocionais impactam no resultado da atuação profissional?


 


Temos um panorama crescente de mulheres sustentando as famílias. Da mesma forma, o nível de escolaridade delas é maior, comparado aos homens de mesma faixa etária. Mesmo assim, elas ainda ganham menos. Em nosso atual cenário, as organizações declaram a importância do processo de meritocracia, porém, muito se fala em discursos de diretorias e pouco se realiza de fato. O grande desafio das organizações é sem dúvida, alinhar os discursos com as práticas, ou seja, revelar coerência para atestar credibilidade.


 


Para as mulheres executivas, o dia 08/03, vale muito mais, para representar consideração e respeito profissional do que para receber flores e cumprimentos.


 


De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE, “Estatísticas de Gênero”, cresceu a desigualdade entre homens e mulheres no mercado formal de trabalho, embora tenha aumentado a proporção de pessoas do sexo feminino em idade economicamente ativa trabalhando ou buscando emprego. O estudo, elaborado com base em dados do Censo 2010, conclui que a diferença salarial entre elas e eles ainda é grande, já que as mulheres recebem cerca de 70% do rendimento médio dos homens.


 


Talvez, isso explique porque subiu o número de mulheres que trabalham por conta própria. Entendemos, que se o reconhecimento demora pelas restrições às oportunidades de crescimento nas empresas, elas buscam a liberdade de construir o próprio sucesso.


 


É inegável o empenho das mulheres executivas em suas atividades, com destaque para a capacidade multitarefas e, especialmente para a valorização do trabalho em equipe, com diferentes papéis desempenhados com motivação.


 


Elas merecem a nossa sincera homenagem diante da visão de um futuro de equilíbrio das políticas salariais entre os gêneros de profissionais. Muito já se conquistou nas últimas décadas, mas muitas são as possibilidades de realização nos novos caminhos que se apresentam.


 


 


* Mara Beckert é Mestre em Administração de empresas pela Universidade de Extremadura na Espanha e pela UFSC, especialista em Administração de Recursos Humanos pela FAE Business School. Graduada em Administração pela FAE. Doutoranda em Administração de Negócios pela Wisconsin International University, Estados Unidos.  Sua experiência profissional inclui consultoria em empresas públicas e privadas. Co-autora dos livros (Capacitação e Desenvolvimento de Pessoas) pela FGV Editora e Gestão de Pessoas nas Organizações Públicas pela Editora Juruá. Professora dos cursos de MBA da FGV Management. Coordenadora do Programa de Capacitação de Conselheiros Cooperativos do ISAE/FGV.


 

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