No Brasil, atualmente, mais de 4 mil crianças e adolescentes estão aguardam por uma família adotiva, segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De outro lado, mais de 35 mil pessoas ou casais estão habilitados e à espera de seus filhos adotivos.

Com o objetivo de fortalecer as iniciativas de apoio à adoção, a Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad) representa e orienta cerca de 205 Grupos de Apoio à Adoção (GAAs) em todo o país no trabalho pela convivência familiar, com foco na adoção, assegurando e promovendo os direitos fundamentais de crianças e adolescentes. Um pilar fundamental nesse trabalho é a preparação contínua de pretendentes (pais e mães). “Com nosso apoio, eles atuam junto aos poderes públicos e às organizações da sociedade civil dentro de parcerias e projetos”, relata Eneri Albuquerque, diretora técnica da Angaad.

Por se tratar de uma construção que atravessa diversas fases, desde a decisão pela adoção até sua concretização, os grupos de apoio desempenham um papel essencial no fortalecimento de conexões afetivas. Os voluntários estão prontos a darem suporte, orientações e o ato da escuta em todas as fases, inclusive após a adoção, para a manutenção e a evolução dos vínculos familiares”, explica a presidente da Angaad, Jussara Marra.

Ela explica que vários dos voluntários desses grupos de apoio já viveram a adoção em suas famílias e sabem, como poucos, a relevância de oferecer a assistência que, muitas vezes, eles próprios não encontraram na época. Assim, ao compartilharem suas experiências, eles entregam contribuições valiosas e úteis para as novas famílias em formação.

Desde 1999, a Angaad representa e orienta diferentes grupos no trabalho pela convivência familiar, com foco na adoção, assegurando e promovendo os direitos fundamentais de crianças e adolescentes. (Foto: Divulgação)

 

Um dos papeis desses grupos de apoio é promover a quebra de preconceitos que dificultam o encontro de novo lar para os acolhidos. “Ao longo das mais de duas décadas, a Angaad colaborou para que o ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] ganhasse alterações importantes voltadas para a efetivação dos direitos de crianças e adolescentes, que cada vez mais são reconhecidos como sujeitos de direitos e prioridade de ações e projetos. Temos vários avanços a conquistar, mas não podemos desconsiderar a evolução nas regras sobre a adoção e a convivência em família e em comunidade”, avalia Jussara.

Erika Fernandes, diretora de comunicações da Angaad, relata que “no período da pandemia, o isolamento social encobriu casos de negligência, ameaça e risco contra crianças e adolescentes, haja vista as restrições impuseram dificuldade para enxergar a violência que acontecia nos lares fechados”. Durante a pandemia, foi registrada uma diminuição na quantidade de crianças e adolescentes que entravam para os serviços de acolhimento, mas no momento os dados indicam que essa quantidade aumentou, retomando aos patamares pré-pandemia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here