Novo medicamento já foi aprovado pela Anvisa e aguarda precificação pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos para ser comercializado

Com a promessa de perda de até 30% do peso corporal, o novo medicamento está sendo comercializado nos Estados Unidos e já obteve a aprovação da Anvisa, no Brasil. Originalmente desenvolvido para o controle do diabetes, a tirzepatida, nome comercial do medicamento, já passa por estudos para o tratamento da obesidade, apneia do sono, esteatose hepática, doença renal crônica e insuficiência cardíaca.

O mecanismo de ação do medicamento foi desenvolvido a partir de estudos sobre os resultados com pacientes que foram submetidos à cirurgia bariátrica, explica o Dr. Daniel Lerario, médico endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina. O medicamento ativa receptores das células relacionados aos hormônios GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon), que atuam no sistema digestivo.

Com a ativação destes receptores, diversos processos são alterados no organismo, facilitando o controle da glicemia, o controle do apetite, a regulação da digestão, entre outros. Assim como os demais medicamentos para diabetes, que vem sendo utilizados com o intuito de perda de peso e outras finalidades correlatas, é preciso responsabilidade e orientação médica, pois há efeitos colaterais e riscos, como em qualquer tratamento medicamentoso. Ou seja, são remédios muito caros e que podem ser ineficazes ou até mesmo perigosos se tomados sem acompanhamento médico.

Entenda a diferença

Existem atualmente quatro principais classes de medicações auxiliares para emagrecer no mercado brasileiro. Confira quais são e como agem:

– inibidores da absorção de gordura: reduzem a absorção de calorias, porque parte do que se come na forma de gordura passa a ser eliminado nas fezes. Podem, no entanto, provocar diarreia.

– medicações inibidoras de apetite: provocam um aumento de neurotransmissores cerebrais (serotonina, noradrenalina, dopamina e outros), que levam a uma redução da fome e/ou da vontade de consumir alimentos mais calóricos, como doces. Tais medicações podem também ter algum efeito benéfico sobre o metabolismo.

– medicações anticompulsão alimentar: utilizadas nas áreas de psiquiatria e neurologia, para a redução da ansiedade e compulsividade pela comida.

– medicações de ação periférica: substâncias descobertas a partir de estudos com pessoas submetidas à cirurgia bariátrica. Auxiliam a perda de peso, sobretudo porque lentificam a digestão, permitindo a saciedade com menos quantidade de comida.

Acompanhamento médico é essencial

A necessidade de acompanhamento médico em um programa de emagrecimento é fundamental por diversos motivos. Em primeiro lugar, cada indivíduo é único, com características físicas, metabólicas e históricos médicos distintos. “O que funciona para uma pessoa pode não ser adequado para outra. Um médico especializado pode avaliar a saúde geral do paciente, identificar condições médicas pré-existentes e estabelecer metas de perda de peso realistas e seguras”, explica Dr. Daniel.

Além disso, a perda de peso saudável não se resume a diminuir a ingestão de calorias, muito menos a prescrição de medicamentos isoladamente. Outro aspecto crucial do acompanhamento médico durante um programa de emagrecimento é a monitorização da saúde durante o processo de perda de peso. “Perder peso rapidamente ou de forma não saudável pode resultar em efeitos colaterais indesejados, como deficiências nutricionais, perda de massa muscular e problemas metabólicos”, finaliza.

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