Um momento de conversa, um trato carinhoso nas unhas ou cabelo, um braço amigo para ajudar a levantar da cama são ações simples mas de grande significado para pacientes com HIV/Aids, em tratamento no Hospital São José. A unidade da rede pública é referência em doenças infecto-contagiosas em Fortaleza. A solidariedade é prestada por pessoas que integram o Grupo Girassol, ligado à Associação de Voluntários do Hospital São José (AVHSJ). Além desse trabalho, a Associação conta com o Grupo Vagalume, que atua na prevenção da Aids através de palestras em escolas, empresas e instituições. Para ajudar pacientes carentes que fazem tratamento ambulatorial, a Associação tem ainda a Casa de Retaguarda Clínica, na Rua Padre Guerra, 2010, na Parquelândia.


 


A Associação foi criada em 1993, atualmente é presidida pela voluntária Rita Rodrigues do Nascimento e sua sede fica na Rua Caio Prado, 83, em Parangaba. O Grupo de Apoio Girassol conta atualmente com 50 integrantes, com idades a partir de 18 anos. Jovens e adultos de várias profissões e atividades fazem pelos pacientes “o trabalho que um familiar faria”, diz Rita. Dar alimento na boca, levar para o banho, conversar, passear pelo hospital, sair para resolver questões burocráticas, ser uma companhia amiga. Tudo isso faz parte do trabalho quer requer carinho, amor e compromisso.


 


“Muitos pacientes quando recebem o diagnóstico de Aids sofrem preconceito. Muitas vezes até por parte da família. Mas para nós é um irmão que precisa de ajuda”, comenta Rita. Ela conta que sempre foi tocada pelo sofrimento das pessoas e seu início no voluntariado foi auxiliando crianças em situação de rua. Mesmo com sua vida pessoal e profissional em ordem, Rita diz que sentia uma angústia e uma vontade de ajudar mais. Em 2007, teve a ideia de visitar o Hospital São José levando revistas de conteúdo positivo e, por intermédio da assistente social da unidade conheceu o Grupo Girassol, passando a se dedicar ao trabalho com os pacientes.


 


Nathália Cardoso (foto), outra voluntária, lembra as coincidências que a levaram ao São José. Hoje formada em Publicidade, em 2009 ela estava “num momento em que precisava fazer algo”. Aceitou o convite da mãe de uma amiga para conhecer a Associação e acabou fazendo um treinamento para atuar como voluntária. “O treinamento terminou no dia do meu aniversário. Fiquei emocionada, até chorei”.


 


Para ela, “praticar a gentileza faz a gente se sentir bem” não é uma frase de efeito. “Saber que minha escuta ajuda a pessoa  com sensação de abandono ver que não está abandonada, saber que dez minutinhos de conversa foram suficientes para deixar mais tranqüila uma pessoa desesperada…isso é o que mais gratifica”, conta. 


Nathália observa que muitas pessoas se comovem com a situação de crianças ou idosos necessitados mas demonstram preconceito e medo em relação a pacientes com HIV-Aids. Para atuar com eles no São José, ela orienta “sejam voluntários sem julgar a pessoa que precisa de ajuda”.


 


PREVENÇÃO


 


Segundo Rita Rodrigues as campanhas governamentais de orientação sobre o HIV/Aids na mídia têm se concentrado mais no período de carnaval ou em torno de 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Para ela, é preocupante o crescimento dos casos de HIV/Aids entre jovens e idosos.  Os primeiros relaxam nos cuidados mesmo com os alertas. Os segundos, observa Rita, nem chegam a ser contemplados pelas campanhas. Para auxiliar na prevenção, a Associação, por meio do Grupo Vagalume, realiza um trabalho educativo com palestras e outras atividades em escolas, empresas e entidades.


 


Um terceiro eixo de atuação da Associação é o apoio dado a pacientes da capital e interior que fazem tratamento da doença no Hospital São José mas não precisam ficar internados. Na medida do possível, são assistidos na Casa de Retaguarda Clínica, imóvel comprado em 2005 através de um prêmio oferecido pela Fundação Bill e Melinda Gates. Alguns passam um dia na CRC outros passam mais tempo.


 


No local também são realizadas oficinas visando aumentar a auto-estima dos pacientes, bem como dar a eles alguma formação profissional em cursos de informática e corte e costura. Mas, como ela explica, é uma casa de passagem, onde recebem alimento e cuidados. Em 2013, a casa chegou a fechar, foi reaberta ano passado e aguarda o cumprimento da promessa da Prefeitura de Fortaleza de repasse de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para melhorar o atendimento.


 


COMO AJUDAR


 


Para colaborar com a Associação dos Voluntários do Hospital São José, a pessoa interessada tem três formas:


 


  • Tornar-se voluntário. Para isso, é preciso enviar mensagem pelo  e-mail avhsj.ss@hotmail.com demonstrando o interesse e aguardar quando houver treinamento. Pessoas a partir de 18 anos podem se voluntariar.

  • Fazer doações de alimentos, roupas, lençóis, material de higiene pessoal, material de limpeza.

  • Depositar qualquer valor na Conta Corrente: 0331-9, Op: 003, Agência 1563-1 – Caixa Econômica Federal.

 


Mais informações: Rita de Cássia Rodrigues do Nascimento, Presidente da Associação – (fones: 85 8807 1873 / 3281 3517


 

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