Articulados, organizados como força trabalhista e política, os ferroviários tiveram presença marcante no cotidiano e na formação do tecido urbano da capital cearense e em movimentos sociais e políticos do Estado. Estão também entre as categorias mais perseguidas durante a ditadura militar, instalada em 1964 no País. Nessa obra, o jornalista, professor e presidente da Associação Cearense de Imprensa, Nilton Almeida, apresenta a trajetória dessa categoria no período que vai do início do Século XX até meados da década de 1980, com ênfase para os anos compreendidos entre 1960 e 1985. A obra é resultado da pesquisa para sua dissertação de mestrado em História pela Universidade Federal do Ceará, defendida em 2009. Dentre as lutas que tiveram ativa participação dos ferroviários, o autor mostra a atuação deles em apoio à derrubada da oligarquia de Nogueira Acioly, em favor de outras categorias profissionais e nos protestos contra a carestia.


Numa época em que o transporte ferroviário ligava capital e interior, por onde os trilhos passavam núcleos urbanos se organizavam. Uma paralisação do setor estagnava o Estado e os ferroviários mostravam força em suas entidades trabalhistas – Sindicato, União – e em associações esportivas e culturais. Ainda hoje existem na capital, o Grêmio dos Ferroviários, o time Ferroviário e resquícios de antigas vilas onde moravam esses servidores públicos.


A obra dá espaço também para a memória relativa às perseguições  sofridas por eles durante a ditadura. O livro resgata histórias de invasão de domícílio, apreensão de bens, prisões e morte.


O livro “Rebeldes pelos caminhos de ferro: os ferroviários na cartografia de Fortaleza” será lançado nesta terça-feira (21) às 19h, na sede da ACI (Rua Floriano Peixoto, 735 – Centro). A edição tem apoio da Secretaria da Cultura do Estado. (Com informações do autor)


Rebeldes pelos caminhos de ferro: os ferroviários na cartografia de Fortaleza

Autor: Nilton Almeida

Páginas: 244

R$ 30,00

Editora: Secult/CE

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