Em data de 09 de novembro de 1938, em pleno regime nazista, ocorreu na Alemanha um episódio que ficou conhecido como a Kristallnacht ou Noite dos Cristais. Em revide ao assassinato de um membro da embaixada alemã em Paris praticado por um judeu, alemães de diversas cidades se insurgiram contra os judeus, insultando-os e espancando-os, queimando sinagogas, destruindo suas lojas e residências, num prenúncio do que viria a ser o holocausto e seus terríveis campos de concentração.

A partir da Noite dos Cristais a perseguição nazista aos judeus foi oficializada, sendo os mesmos completamente excluídos da cidadania alemã, proibidos de freqüentar lugares públicos, proibidos de andar em transportes públicos, de interagir com os arianos, de trabalhar, seus bens foram confiscados, enfim, o drama dos judeus apenas começava.

Em 27 de dezembro de 2008, o Estado de Israel atacaria a Faixa de Gaza, ferindo e matando centenas de palestinos, a grande maioria constituída por civis. Dos ataques não foram poupadas sequer as escolas.

O militarizado Estado de Israel, em nome de sua própria sobrevivência, hoje se utiliza de ardis semelhantes àqueles outrora utilizados pelos nazistas, não cabendo aqui falar em quem deu início a tanta hostilidade, se judeus ou palestinos.

Decerto a História é dinâmica, e a vida, uma caixinha de surpresas, pois em 1938, o Estado de Israel consistia numa mera utopia, uma esperança alimentada pelos judeus através das palavras “no ano que vem em Jerusalém”. Em 2008, agora 2009, o Estado de Israel continua sendo um pequenino e poderoso país cercado por inimigos e que sobrevive graças ao apoio norte-americano. Até quando?

A História certamente mudará bastante. Resta saber o que reserva aos palestinos.
Há muito o mundo aguarda com apreensão e ansiedade a já inexplicada hostilidade entre judeus e palestinos.

Como no poema de Zbigniew Herbert, citado por Francine Prose, talvez se devesse “oferecer ao mundo desiludido uma rosa”.

Grecianny Carvalho
– Promotora Pública
grecianny@uol.com.br

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