Cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, descobriram proteínas no sangue que poderiam alertar as pessoas sobre o câncer mais de sete anos antes do que é atualmente possível.

Em dois estudos, eles identificaram 618 proteínas ligadas a 19 tipos diferentes de câncer, incluindo 107 proteínas em um grupo de pessoas cujo sangue foi coletado pelo menos sete anos antes do diagnóstico. A equipe de pesquisa descobriu que as proteínas poderiam estar envolvidas nos estágios mais iniciais do câncer, quando a doença poderia ser prevenida. A equipe acredita que a descoberta não só poderia ajudar no tratamento da doença em um estágio mais precoce, mas até mesmo prevenir completamente.

A equipe, no entanto, enfatizou que precisarão fazer mais pesquisas para descobrir o papel exato que as proteínas desempenham no desenvolvimento do câncer. Eles também precisam descobrir quais das proteínas são as mais confiáveis para testar, quais testes poderiam ser desenvolvidos para detectar as proteínas e quais medicamentos poderiam ser direcionados a elas. “Para salvar mais vidas do câncer, precisamos entender melhor o que acontece nos estágios mais iniciais da doença”, disse a Dra. Keren Papier, coautora do primeiro estudo.

“Devemos estudar essas proteínas em profundidade para ver quais podem ser usadas de forma confiável para a prevenção”, explicou a Dra. Papier, uma Epidemiologista Nutricional Sênior na Saúde Populacional de Oxford. “Os dados de milhares de pessoas com câncer revelaram insights realmente empolgantes sobre como as proteínas em nosso sangue podem afetar nosso risco de câncer”, disse a Dra. Papier.

“Os genes com os quais nascemos, e as proteínas feitas a partir deles, são enormemente influentes na forma como o câncer começa e cresce”, explicou o coautor Dr. Joshua Atkins, um Epidemiologista Genômico Sênior. Graças às milhares de pessoas que doaram amostras de sangue para o UK BioBank, os pesquisadores podem construir um quadro muito mais abrangente de como os genes influenciam o desenvolvimento do câncer ao longo de muitos anos.

“Esta pesquisa nos aproxima de poder prevenir o câncer com medicamentos direcionados – algo antes considerado impossível, mas agora muito mais alcançável”, disse o Epidemiologista Molecular Sênior de Oxford. “Para ser capaz de prevenir o câncer, precisamos entender os fatores que impulsionam os estágios mais iniciais do seu desenvolvimento”, disse outro membro da equipe, a Professora Ruth Travis.

“Agora temos tecnologia que pode analisar milhares de proteínas em milhares de casos de câncer, identificando quais proteínas têm papel no desenvolvimento de cânceres específicos e quais podem ter efeitos comuns a múltiplos tipos de câncer”, exclamou a Prof. Travis.

O Dr. Iain Foulkes, diretor executivo da Cancer Research UK, que financiou o trabalho, disse: “Prevenir o câncer significa estar atento aos primeiros sinais de alerta da doença. “Isso significa pesquisa intensiva e minuciosa para encontrar os sinais moleculares aos quais devemos prestar mais atenção.” “Descobertas dessa pesquisa são o crucial primeiro passo rumo à oferta de terapias preventivas, que é o caminho definitivo para proporcionar às pessoas vidas mais longas e melhores, livres do medo do câncer”, concuiu.

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