
Inês de Barros Lima, mais conhecida como Irmã Inês, é uma referência na defesa dos direitos da população em situação de rua. Ela coordena desde 2002 os trabalhos no Refeitório São Vicente de Paulo, no Benfica. Em 2009, a vicentina fundou o Projeto Novos Céus, Nova Terra, que acolhe 20 jovens do sexo masculino dependentes químicos por um período de oito meses, durante os quais os ajuda a se libertar do vício. Pela atuação em prol das pessoas em situação de vulnerabilidade, a religiosa foi homenageada, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado no dia 10 de dezembro, pela Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor).
Irmã Inês recebe, nesta quinta-feira (10), às 17 horas, a Medalha Dom Hélder Câmara, em solenidade proposta pelo vereador João Alfredo (PSOL), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, da Mulher, da Juventude, da Criança e do Idoso. A sessão destaca, ainda, a condição da população em situação de rua na Capital e homenageia o trabalho em defesa desse segmento realizado pela religiosa.
O nome da homenageada foi proposto pelo Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis (CNDDH). De acordo com requerimento enviado à Câmara, o CNDDH justifica a condecoração da vicentina pelo “relevante trabalho em prol da população de rua e, principalmente para afirmar o segmento população de rua como pessoas com dignidade e que requerem justas políticas públicas”.
No Refeitório São Vicente de Paulo, Irmã Inês recebe diariamente quase 100 desabrigados, que podem ter acesso a higienização, almoço, formação profissional e palestras. O trabalho realizado pela vicentina incentiva a pessoa em situação de rua a retornar à família, emitir documentação, buscar alfabetização e ainda assistência médica com os voluntários da Sociedade Médica São Lucas, que faz atendimentos no local.
Sobre a Irmã Inês
Inês de Barros Lima nasceu na cidade de Quebrangulo, em Alagoas, em 1946. Iniciou seu noviciado aos 15 anos, no Rio de Janeiro, e somente aos 17 anos se mudou para Fortaleza, onde veio trabalhar no Colégio Imaculada Conceição. Depois de 17 anos de dedicação ao Colégio, Irmã Inês passou dois anos em Paris, estudando Teologia Pastoral. Voltou para Fortaleza, onde foi responsável pela orientação de noviças durante 9 anos.
Retornou a França em seguida para, por mais dois anos, integrar o Conselho Superior da Ordem das Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo. Em 1993, Irmã Inês voltou a Fortaleza, passando a residir na casa da congregação localizada na Avenida Desembargador Moreira, no bairro Dionísio Torres.
O trabalho que desenvolve hoje, no Refeitório São Vicente de Paulo (Av. da Universidade, 3106, no Benfica), se iniciou em 2002, depois que a vicentina sentiu o apelo para o trabalho com a população de rua. Um ano depois ela foi morar no mesmo prédio que abriga o refeitório. O local recebe diariamente quase 100 desabrigados e faz parte do Projeto Globalização da Caridade. O morador de rua cadastrado neste projeto tem acesso à palestra diária de Evangelização, higienização, almoço, formação profissional, incentivo para retornar a família, alfabetização e assistência médica com os voluntários da Sociedade Médica São Lucas.
Outro grande objetivo de Irmã Inês como uma das Filhas da Caridade é oferecer uma oportunidade de integração do indivíduo na sociedade. Para isso, ela busca parceria com diversas pessoas e instituições, a fim de conseguir cursos, palestras ou outros recursos para que as pessoas que ela atende possam reconstruir suas vidas.
Em 2009, a religiosa fundou a expansão do Refeitório São Vicente, o Projeto Novos Céus, Nova Terra, que acolhe 20 jovens do sexo masculino dependentes químicos por um período de 8 meses, durante os quais os ajuda a se libertar do vício, desenvolvendo estratégias que vão da atenção amorosa e acolhedora ao atendimento médico psiquiátrico e psicológico, para posterior reinserção dos abrigados na sociedade e no mercado de trabalho.
Com informações da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, da Mulher, da Juventude, da Criança e do Idoso da CMFor.