Ceará é ouro na Indonésia. O filme “A Lenda do Gato Preto”, de Clebio Viriato Ribeiro, com roteiro de Caio Quinderé e Kennedy Saldanha, ganhou o Troféu de Ouro no Festival Internacional de Direitos Humanos, em Jacarta, Indonésia.


Segundo Caio Qunderé, a entrega do prêmio mundial World Human Rights Awards (WHRA) acontece no dia 18 de janeiro de 2016. “Os vencedores vão receber os prêmios em jantar com as autoridades do País. O World Human Rights Award é um dos eventos mais importantes do mundo em difusão e promoção dos direitos humanos”.

Sobre o filme

O amor impossível do trapezista Simão e Mariana e o regaste karmico de Angelina que ao atropelar um gato preto de uma cigana atrai para si e sua filha uma maldição sem precedentes, mudam os destinos em jogo. Passado e presente vêm à tona em meio a preconceitos, misticismo e busca pela felicidade.


Com direção de Clébio Viriato, “A Lenda do Gato Preto” exalta a força da cultura cigana e sua contribuição para formação da identidade cultural brasileira. Vai respeitar as diferenças das minorias étnicas, reconhecendo o legado que os povos ciganos (notadamente os que passaram pelo sertão nordestino em meados do século passado) deixaram às futuras gerações.


O filme tem ainda como mote inspirador uma lenda urbana propagada em Quixadá, município do sertão central do Ceará, que diz sobre uma menina tomada pelo desejo súbito e irresistível de subir pela parte mais íngreme da Pedra do Cruzeiro, vencendo seus 90 metros de altura sem a ajuda de qualquer equipamento, afirmando ser atraída por um gato preto que a conduzia até o topo da pedra.


Por que um filme sobre ciganos? A direção do longa explica que ao contrário dos índios, hoje também uma minoria, os ciganos nem sequer são citados na Constituição Federal. A defesa dos direitos e interesses ciganos, no entanto, é bem mais difícil e complexa, porque a bibliografia sobre esse grupo no Brasil é muito reduzida e mal chega a uma dúzia de ensaios científicos, dada a quase inexistência de antropólogos e outros cientistas que realizaram ou realizam pesquisas de campo em torno do tema.


Assim, os ciganos constituem uma minoria das menos conhecidas e talvez por isso são vítimas de muitos preconceitos e discriminação no Brasil. Por isso, a pesquisa deste filme foi fundamentada na oralidade de grupos ciganos residentes nas proximidades de Sobral e Juazeiro do Norte, interior do Ceará.


A cultura cigana representa um conjunto de tradições e crenças que desafiam os modelos sociais por defender o direito à diferença. Os ciganos ao longo da história são testemunhas do preconceito social e religioso, exatamente por não reconhecerem um Deus próprio, nem sacerdotes, nem cultos originais. Para os citadinos, cigano muitas vezes é sinônimo de esperto, vagabundo ou ladrão. Esse ranço histórico é cultivado, inclusive, pela literatura em torno de estórias e histórias vividas ou imaginadas. Assim como os judeus, os índios, os negros, ou os pobres, os ciganos são discriminados na sociedade. É sobre discriminação, amor proibido, honra e dignidade que este filme trata.


“A Lenda do Gato Preto” enfoca os aspectos da cultura cigana e os contrates com a moral social dos anos 70 até os dias atuais, para que a sociedade compreenda o seu valor e mantenha a determinação de preservar a cultura nômade.

Ficha Técnica

Direção: Clébio Viriato Ribeiro

Roteiro: Caio Quindere, Kennedy Saldanha

Elenco: Emiliano Queiroz, Aurora Duarte , Eduardo Dascar, Elke Maravilha, Cassia Roberta , Alexandre Mandarino e outros.


Para saber mais sobre o filme, acesse: www.lendadogatopreto.com


*Foto: Reprodução / Site do filme

 

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