11 de outubro foi o Dia Mundial da Obesidade e Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, uma data simbólica e propícia para reforçar a importância de adotar hábitos saudáveis, evitando a doença que gera uma série de problemas crônicos de saúde. Mais da metade da população brasileira (56,8%) está com excesso de peso, um aumento de quase 10% em relação a 2022, quando a prevalência foi de 52,6%, de acordo com dados do Covitel 2023, estudo responsável pelo monitoramento dos fatores de risco para doenças crônicas no Brasil.

A boa notícia é que mudar o que você come pode adicionar até 13 anos à sua vida, segundo um estudo publicado no PLOS Medicine, que criou um modelo do que poderia acontecer com a longevidade de um homem ou mulher se eles substituíssem uma “dieta típica ocidental”, focada em carne vermelha e alimentos processados, por uma “dieta otimizada”, rica em alimentos como frutas, vegetais, legumes, grãos integrais, sementes, azeite de oliva, fibras, entre outros.

“Não é novidade que se alimentar bem é fundamental para a saúde, principalmente quando a estimativa é de que os fatores de risco dietéticos causem 11 milhões de mortes e 255 milhões de anos de vida ajustados por incapacidade anualmente, no mundo todo”, afirma Claudia Chang, doutora e pós-doutora em Endocrinologia e Metabologia pela USP, e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

O que o estudo constatou

Para modelar o impacto futuro da mudança de dieta de uma pessoa, os pesquisadores da Noruega usaram meta-análises e dados existentes do estudo Global Burden of Disease, um banco de dados que rastreia 286 causas de morte, 369 doenças e lesões e 87 fatores de risco em 204 países e territórios ao redor do mundo. Os pesquisadores observaram que a mudança sustentada de uma dieta típica ocidental para a dieta ideal a partir dos 20 anos aumentaria a expectativa de vida em mais de uma década para mulheres dos Estados Unidos (10,7 anos) e homens (13 anos).

Os maiores ganhos seriam obtidos com o maior consumo de leguminosas, grãos integrais e oleaginosas, e menos carne vermelha e carne processada. A mudança de uma dieta típica para uma dieta otimizada aos 60 anos aumentaria a expectativa de vida em 8,0 anos para mulheres e 8,8 anos para homens, e os de 80 anos ganhariam 3,4 anos (mulheres: 2,6 a 3,8/ homens: 2,7 a 3,9). Já a mudança de uma dieta ocidental típica para uma dieta de abordagem de viabilidade aumentaria a expectativa de vida de mulheres de 20 anos em 6,2 anos e 7,3 anos para homens.

Expectativa X Realidade

Entretanto, segundo Claudia Chang, toda pessoa tem necessidades diferentes para cada período da vida. “Para as mulheres acima dos 40 anos, por exemplo, é essencial incluir na dieta cálcio, vitamina B12, potássio, vitamina B6, magnésio, vitamina D e ômega 3, nutrientes encontrados em vários alimentos”.

Além disso, quando uma pessoa tem o metabolismo baixo, a alimentação tem que ser muito mais controlada em comparação a um indivíduo com metabolismo alto. Segundo a médica, restringir demais a alimentação pode contribuir na perda de massa muscular, reduzindo o metabolismo a longo prazo.

“O organismo gasta mais energia na digestão de proteína, se comparado à gordura ou ao carboidrato, por exemplo. Por essas e outras, a dieta deve ser otimizada, com o acompanhamento de um especialista que, de acordo com suas necessidades individuais, irá orientar quais alimentos consumir, as porções diárias e até mesmo a viabilidade de introduzir uma suplementação vitamínica”, conclui Claudia Chang.

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