No último relatório anual do Panorama Social da América Latina, a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) registrou que, entre 2020 e 2021, o número de pessoas em situação de extrema pobreza aumentou em quase cinco milhões. Por consequência da prolongada crise sanitária e social da pandemia da COVID-19, a taxa de extrema pobreza na América Latina aumentou de 13,1% para 13,8%, um retrocesso equivalente a 27 anos. Isso significa que o número de pessoas em extrema pobreza passou de 81 para 86 milhões. No Brasil, em 2021, um levantamento da FGV Social apontou que quase 28 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza. Antes da pandemia, esse número era de pouco mais de 23 milhões.

Diante desse cenário alarmante, diversas instituições pelo mundo vêm pondo em prática ações com foco na assistência à população carente que foram e ainda estão sendo afetadas diretamente pela crise agravada pela pandemia. Nesse movimento de solidariedade, uma das iniciativas que se destacou e segue ajudando diversas famílias é o “Projeto Educar para Superar a Pandemia”, idealizado pela Associação Beneficente O Pequeno Nazareno (OPN). O projeto tem a finalidade de ofertar amparo a milhares de famílias que vêm enfrentando dificuldades durante a crise agravada pela COVID-19, a qual já devastou a vida de milhares de pessoas pelo mundo inteiro.

Para realizar o atendimento a essas famílias, a OPN utiliza a metodologia da educação social de rua, realizando uma aproximação progressiva, construindo assim laços de confiança com as famílias, realizando o atendimento na rua e ações com as crianças e os adolescentes e suas famílias, além de trabalhar as redes de relacionamento dessas pessoas e o território em que vivem. Após a construção desses laços e em função das necessidades da criança e de sua família, a equipe realiza o encaminhamento dos mesmos à rede socioassistencial, promovendo a inserção e o retorno dessas pessoas ao sistema educativo, fazendo posteriormente o acompanhamento psicossocial das mesmas.

Mesmo diante dessa dura realidade, muitas pessoas ainda encontram razões para sorrir novamente. É o que conta Francisca Erlania, que foi uma das beneficiadas pelo projeto da instituição. Ela é responsável pela criação dos seus quatro filhos, de 10, 9 e dois de 6 anos de idade. Segundo a dona de casa, o Projeto Educar para Superar a Pandemia transformou sua vida e deu a ela a oportunidade de seguir em frente e dar uma oportunidade melhor para a sua família que vinha sendo impactada fortemente pela crise causada pela pandemia. “Sou muito grata à OPN. Eles me ajudaram a dar a volta por cima, ofereceram toda a ajuda possível e a chance de dar uma vida melhor para meus filhos. Graças a instituição eles estão estudando e voltando a vida normal. Obrigada, OPN”, declarou.

No início do projeto, em menos de três meses, a OPN já havia identificado quase 50 crianças e adolescentes fora da escola, como era o caso dos filhos da Dona Francisca. “Nós ajudamos a inserir as crianças na escola e também demos suporte para que essas pessoas regularizassem a documentação de todos eles”, disse Flaviana Ribeiro, Educadora Social da OPN.

Como a família de Dona Francisca, cujos filhos nunca tinham ido à escola, muitas pessoas ainda precisam de amparo. Por isso, a OPN segue aberta a doações e a novos parceiros para dar continuidade a esse trabalho indispensável, ajudando milhares de famílias. Para quem desejar colaborar com o projeto e ajudar a mudar a vida dessas pessoas, os interessados devem entrar em contato com a equipe da instituição por meio do número (85) 99995.4045 ou pelo e-mail contato@opequenonazareno.org.br .

Sobre a Instituição O Pequeno Nazareno

A instituição O Pequeno Nazareno foi fundada em 1993, em Fortaleza, pelo alemão Bernd Josef Rosemeyer, radicado em Fortaleza. Em 1995 foi adquirido o sítio em Maranguape, onde estabeleceu um acolhimento para crianças e adolescentes em situação de rua. Em 2003, Bernardo voltou a Recife para abrir a primeira filial da organização, com um local de apoio na Rua da Aurora, bairro da Boa Vista, e um acolhimento em Vila Velha, Itamaracá. Em 2013, abriu mais uma filial em Manaus/AM.

Em 2005 a organização lançou a campanha nacional “Criança Não é de Rua”, para reivindicar uma política nacional para jovens em situação de vulnerabilidade social. Depois desse momento, a campanha passou a contar com a participação de 600 entidades parceiras, distribuídas em todos os estados brasileiros. Em 2010, a ação se tornou uma rede nacional permanente de organizações que lutam pelos direitos de crianças e adolescentes em situação de rua, coordenada por representantes de 10 organizações das cinco regiões do país.

Atualmente, O Pequeno Nazareno possui um Centro Esportivo em Maranguape, no Ceará, e desenvolve uma plataforma multidisciplinar de atendimento nas áreas de Educação (Educação Social de Rua, Educação Profissionalizante), Assistência Social (Acolhimento Institucional e Apoio Psicossocial às Famílias) e Direitos Humanos (Sensibilização e mobilização social), responsável por atender mais de 1.000 crianças, adolescentes em situação de rua e suas famílias, por ano, articulando mais de 1.300 defensores em sua rede de relacionamentos, com mais de 200 mil pessoas sensibilizadas por suas ações, das quais 25 mil estão mobilizadas permanentemente pelo projeto.

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