Segundo o Ministério da Saúde, mais de 37 mil pessoas aguardam por um transplante no país. Ainda de acordo com a pasta, a aceitação familiar pelo o ato de doar órgãos é fundamental para o procedimento. O Brasil, aponta o Ministério, é o país latino-americano com maior percentual de aceitação familiar, ficando acima da Argentina (52,8%), Uruguai (52,6%) e Chile (51,1%). Em 2013, das 7.767 entrevistas realizadas com potenciais doadores 4.318 resultaram em uma resposta positiva da família. Por região, o percentual de aceitação das famílias foi de 68,7% no Norte, 55,9% no Centro-Oeste, 58,2% no Sul, 54,3% no Sudeste e 52,2% no Nordeste.


Neste contexto, o Ministério lançou a campanha ‘’Seja doador de órgãos e avise sua família. Sua família é a sua voz”, que pretende sensibilizar as famílias e os doadores de órgãos quanto à importância do diálogo sobre esta decisão. O foco principal são os familiares de pessoas que manifestaram em vida a vontade de ser um doador de órgãos. A iniciativa pode ampliar ainda mais a realização de cirurgias que salvam vidas e diminuem a permanência do paciente na lista de espera.


No início de setembro, a Agência da Boa Notícia (ABN) relatou o drama da médica Ana Maria Molina (leia a matéria na íntegra aqui, que veio de Rondônia há mais de um ano para fazer, em Fortaleza, um transplante de fígado. Ela tem 46 anos, é casada e mãe de três filhos. Uma doença autoimune se agravou nos últimos dois anos. A enfermidade atingiu o fígado, desenvolvendo uma cirrose biliar primária. Com a piora do quadro clínico, apenas um transplante pode resolver a situação da paciente.


Desde que chegou a capital cearense, Ana Maria já enfrentou sete complicados sangramentos e duas grandes decepções. De acordo com ela, já encontraram duas vezes um fígado compatível. No entanto, após fazer todos os procedimentos para o transplante, as famílias dos doadores desistiram da doação. É difícil juntar a esperança despedaçada duas vezes. “É muito difícil. A minha doença não tem regressão ou cura, apenas o transplante resolve. Passo todos os dias esperando a ligação do hospital. Meu psicológico está muito abalado, já não dá para aguentar”, revelou a paciente, em entrevista para a ABN.


A história de Ana Maria reflete a importância do diálogo entre a pessoa que deseja doar e sua família. Atualmente, conforme dados do Ministério da Saúde, 56% das famílias entrevistadas em situações de morte encefálica aceitam e autorizam a retirada de órgãos para a doação. Para o ministério, esse percentual pode ser ainda maior, permitindo a realização de mais transplantes.


“Nós podemos dobrar o número de doadores se ampliarmos a adesão das famílias. Já chegamos a um patamar importante, mas é preciso avançar. Nós temos capacidade de diminuir ainda mais a lista de espera por transplantes. Temos serviços estruturados em todo Brasil, com capacidade de fazer as cirurgias e de oferecer medicamentos. Temos serviços prontos e com qualidade, no entanto, precisamos aumentar a doação de órgãos. Por isso, dependemos da elevação da taxa de doações e do sim das famílias, em uma ação de solidariedade”, reforçou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante a solenidade de lançamento da nova campanha, na última quarta-feira, 24, em Brasília.

Saiba mais

A campanha distribuirá 120 mil cartazes e 470 mil folders em companhias aéreas, postos de pedágio e na rede do Sistema Único de Saúde. Foram produzidos ainda uma peça para a TV com duração de um minuto – também com versão em 30 segundos – e três spots de 30 segundos para rádio. A campanha terá um ano de duração, com concentração entre os dias 24 e 27 de setembro, e tem o apoio dos veículos de comunicação. Assista ao vídeo da campanha:


A Central de Transplantes do Ceará, criada em 1998, funciona 24 horas, na sede da SESA. A Central inscreve receptores potenciais no Cadastro Único ( Lista Única); acompanha e gerencia s listas de esperas para os vários tipos de transplantes; recebe notificações de morte encefálica; distribui de órgãos e tecidos de acordo com os critérios previamente estabelecidos; Credencia serviços de captação e transplante de órgãos e tecidos; resolve aspectos técnicos ( logística); e promove campanhas de esclarecimentos a população sobre doação de órgãos e tecidos.

Tempo médio para cada órgão

 

•    Coração: o tempo médio entre a retirada e o implante não deve ultrapassar quatro horas, normalmente é feito simultaneamente, logo em seguida, já estando o receptor na sala ao lado.

•    Córneas: pode permanecer até seis dias fora do organismo, desde que mantida em conservação com líquidos apropriados

•    Rim: o tempo médio pode ser de 12 a 24 horas. Quanto mais rápido o implante, melhor a qualidade do órgão.

•    Fígado: tempo varia em 4 a 8 horas.


Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito. O fundamental é conversar com a própria família e deixar bem claro o seu desejo. Os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. A doação de órgãos é um ato pelo qual o doador manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.

Serviço

Central de Transplantes

Endereço: Avenida Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema

Telefone: (85) 3101-5123

Site: www.saude.ce.gov.br/


 Com informações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado

 

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