Para cumprir sua missão de “estimular a cultura de paz através da comunicação, para fortalecer, na notícia, o compromisso com a valorização da vida”, a Agência da Boa Notícia criou, em 2008, o Prêmio Gandhi de Comunicação. Além de inspirar matérias e incentivar o diálogo de profissionais e estudantes com a sociedade, o prêmio cria um ponto de reflexão sobre as diversas formas como a comunicação pode ser trabalhada.  O Prêmio Gandhi incentiva essa relação pacífica do jornalismo e da publicidade com a sociedade, divulgando ações que resultam em grandes lições de cidadania.


O jornalista Bruno de Castro, um dos vencedores da categoria Jornalismo Impresso de 2011, acredita que a iniciativa da ABN, em promover o Prêmio Gandhi, ajuda o profissional a exercitar o olhar, estimulando-o a buscar outras maneiras de contar uma história. “A gente tem vivido tempos difíceis. No mundo e no Jornalismo. Muito precisa ser repensado. Ao invés de vendermos apenas notícias pesadas, carregadas de negativismos, nós precisamos estimular – na gente e em quem tá em casa – a prática do otimismo. Se estamos em crise, que apontemos caminhos – e não apenas repercutamos índices financeiros que, além de só deprimirem por serem negativos, muitas vezes tornam-se enfadonhos. Desde 2011, quando ganhei o Prêmio Gandhi de Comunicação, tento fazer esse exercício de visualizar as coisas pelo lado contrário. Não se trata de ocultar a real situação. Isso seria antijornalismo. Se trata de pensarmos noutras formas de noticiar o que já é demasiadamente pesado. Nesse sentido, o Gandhi é de uma importância valorosíssima”, reflete o jornalista.

Estímulo

Para a diretora de Comunicação, jornalista Ângela Marinho, “o Prêmio Gandhi estimula os jornalistas, publicitários e estudantes cearenses a se aprofundarem em temas que fogem do dia-a-dia das redações, dando voz a ações simples, praticadas por pessoas sem muitas ambições, a não ser ajudar o outro, solidarizar-se com a dor alheia ou apenas respeitá-la. Ações que ficariam anônimas, sem eco, mas viram exemplos através de reportagens e anúncios publicitários, gerando novas atitudes sociais que funcionam como antídoto à violência e ao desamor.”


Um exemplo do jornalismo aprofundado, que saiu da redação e ganhou as ruas, foi a série vencedora de 2014, na categoria Jornalismo para Internet, “Pedala, Fortaleza!”, do portal Tribuna do Ceará. Roberta Tavares, uma das jornalistas da equipe vencedora, recorda o trabalho e destaca a importância do prêmio para os profissionais.


“A gente venceu com o especial Pedala, Fortaleza. Fomos para rua contar bicicletas e ver se realmente as polêmicas faixas exclusivas de bicicletas das Ruas Ana Bilhar e Canuto de Aguiar eram utilizadas pelos ciclistas. O resultado foi um hotsite lindo! Com reportagens, fotografias e vídeos sobre o uso das bicicletas naquelas vias. Vencer o Prêmio Gandhi foi motivador para toda a equipe. Somos um portal de notícias relativamente novo, que vem sendo reconhecido pelas pautas diferenciadas, cada vez mais focadas no Ceará. Vencer o prêmio, referência para vários jornalistas e meios de comunicação, foi um enorme reconhecimento desse trabalho que estamos fazendo e apostando”, afirma Roberta.


Lembrando que os vencedores do Prêmio Gandhi de Comunicação 2015 serão revelados nesta quarta-feira, 11 de novembro, no auditório Waldyr Diogo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Antes da premiação, a ABN promove, a partir das 19 horas, o “Fórum Comunicação, Internet e Mídias Sociais – Uma reflexão sobre o crescimento da cultura do ódio através dos processos de comunicação”. Na ocasião, haverá um debate sobre o crescimento da cultura do ódio, intolerância, preconceito racial e violência na internet.

O tema do concurso é Cultura de Paz. Afinal, o que isso quer dizer?

De acordo com a Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz, divulgada pela Organização das Nações Unidas em 1999, Cultura de Paz diz respeito a um conjunto de valores baseados “no respeito à vida, no fim da violência e na promoção e prática da não-violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação; no pleno respeito aos princípios de soberania, integridade territorial e independência política dos Estados e de não ingerência nos assuntos que são, essencialmente, de jurisdição interna dos Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional; no pleno respeito e na promoção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais; no compromisso com a solução pacífica dos conflitos; nos esforços para satisfazer as necessidades de desenvolvimento e proteção do meio-ambiente para as gerações presente e futuras; no respeito e promoção do direito ao desenvolvimento; no respeito e fomento à igualdade de direitos e oportunidades de mulheres e homens; no respeito e fomento ao direito de todas as pessoas à liberdade de expressão, opinião e informação; na adesão aos princípios de liberdade, justiça, democracia, tolerância, solidariedade, cooperação, pluralismo, diversidade cultural, diálogo e entendimento em todos os níveis da sociedade e entre as nações; e animados por uma atmosfera nacional e internacional que favoreça a paz.”

 

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