Dando sequência à nossa série de relatos de pessoas que venceram a Covid-19, vamos conhecer mais duas histórias que renovam a esperança nestes dias desafiadores:

 

“Ninguém explica Deus”
No dia 22 de janeiro, José Ribeiro de Souza Júnior, 37 anos, apresentou os primeiros sintomas de Covid-19. Saiu de casa chorando e parecia que já sentia o que iria passar. No dia 27, precisou ser internado com 65% de seu pulmão comprometido, porém, para surpresa dos familiares, tudo aconteceu muito rápido, pois no outro dia ele já precisou ir para o alto fluxo. Após dois dias, precisou do capacete Elmo e dia 02 de fevereiro precisou ser entubado. Sem dúvidas, esse foi o primeiro dia dos mais difíceis, pois ele partiu por 2 minutos, o tubo não entrava nos pulmões. A família sempre com muita fé, orando, presenciou o primeiro milagre neste dia.
E aí começou sua trajetória na UTI: processos inflamatórios, imunidade baixa, antibióticos, remédios fortes, e os rins não responderam mais, havendo a necessidade de hemodiálise. Os pulmões chegaram a 99% de comprometimento, e os médicos falaram que a família precisa conseguir o Ecmo, pois em 24 horas ele iria precisar. Não existia mais nenhum aparelho ou membrana em Fortaleza. A filha Tainah Viana Martins: “fomos atrás em todos os lugares, mas com ajuda de amigos, conseguimos o Ecmo. Porém existiam dois pacientes precisando, meu pai e outro, a prioridade era dele, mas ele iria utilizar apenas se o quadro não estabilizasse, e para sua surpresa, o pulmão acordou com menos de 50% e então não precisou do aparelho”.
Com o passar do tempo, os exames voltaram a piorar e foi detectada uma nova infecção e Júnior precisou ir para uma UTI na qual não poderia ter mais visitas. Ele teve um choque séptico e começou a falência de órgãos, os médicos deram apenas 24 horas de vida para ele.
Nesse dia, ele escutou os profissionais falando que ele estava morto. Ele só conseguia orar e pedir a Deus uma nova chance, enquanto nós em casa estávamos ajoelhados, em jejum, fazendo oração, essa sempre foi a nossa arma! E então tudo foi revertido mais uma vez. Ele já estava com falência em três órgãos (rins, fígado e medula óssea), quando o quadro começou a melhorar e ninguém acreditava no que estava acontecendo, os órgãos começaram a voltar ao normal. Mas nós sabíamos que era mais uma vez a mão de Deus! Disseram que se ele saísse, com toda certeza voltaria com sequelas, mas sempre acreditávamos que a obra seria completa, que ele sairia perfeito! E então no dia 09 de março, ele recebeu alta da UTI, a emoção foi enorme, os médicos reconheceram o milagre e todos disseram que ninguém explica Deus. Nos falaram que no mínimo em uma semana ele estaria em casa, mas que poderia demorar até 15 dias, mas no dia 13 de março ele recebeu alta e sem sequelas!”, conta a filha.

 

“Que eu realmente possa ser uma vencedora dessa doença quando tudo tiver passado”
Sou enfermeira há 27 anos, concursada no Ceará, e contraí covid-19 no final de março de 2020, logo quando estava começando a pandemia. Fiquei 19 dias internada, 12 dias entubada, fiz uso de droga vasoativa e fiquei em tratamento intensivo, na unidade de terapia intensiva. Apesar de ter convênio e plano de saúde, fui socorrida no hospital público onde trabalho. Fui muito bem assistida, consegui me recuperar depois de muito tempo porque ainda fui para casa sem condições de andar com algumas comorbidades, ainda com asma, com a frequência respiratória e a frequência cardíaca alteradas. Tive todos os cuidados necessários em casa, aos poucos fui me recuperando completamente. É bem difícil falar disso nesse momento em que a gente observa todo um retorno da gravidade de casos e com a possibilidade de novas cepas. Na verdade, eu sou um milagre e eu espero continuar sendo um milagre nas mãos de Deus sobre a face da terra, enfrentando todos os dias e que eu realmente possa ser uma vencedora dessa doença quando tudo isso tiver passado”, conta Ana Neri, 52 anos.

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