No momento atual que vivemos no nosso país, muitos participantes de nosso Programa de Rádio (FM Universitária), palestras, consultorias e de nossa Rede de Amigos pela Internet, estão perguntando: vale a pena o idoso viver mais?
Com tantos problemas sociais, culturais, políticos e de saúde das pessoas idosas, vale a pena atingir a 4ª e 5ª idades? Como é que vamos fazer o nosso plano de longevidade, não sabendo destacar essas complicações que aumentam constantemente? Para mim dizem eles: como fazer, sabendo-se que a cada dia que passa vários problemas médicos aparecem? E alguns deles muito graves?
Com o envelhecimento, passamos a apresentar uma série de perturbações fisiológicas, transtornos físicos e patologias específicas que causam muitas dores, paralisações, perdas das nossas memórias (todas as conhecidas no presente) e até ausência da Consciência (dimensão essencial de nossa vida como a qualidade e quantidade).
Já sabemos que vários neurotransmissores e hormônios importantes vão diminuindo com a idade e alguns até desaparecem.
Com isto muitos órgãos funcionam com dificuldades, as nossas defesas imunológicas diminuem ou desaparecem e as doenças se desenvolvem.
Felizmente, pesquisas internacionais importantes revelam que, principalmente, utilizando a Promoção da Saúde (Prevenção das enfermidades, estilos saudáveis de vida, comunicação em saúde e eliminação dos fatores de riscos), desde a infância, possibilita uma velhice com poucas dessas patologias, alem de também aumentar a nossa longevidade. E muitas outras pesquisas estão sendo feitas, algumas delas em segredo, para evitar a ação comercial prejudicial.
Uma delas e publicada há poucos dias na revista especializada “Nature”, revelou que o grupo de pesquisadores do Colégio Albert Einstein de Medicina de Nova York, descobriu que o hipotálamo, uma importante região do cérebro, seria responsável pelo controle de nosso envelhecimento. Sentiram a importância da descoberta? E outras que estão sendo desenvolvidas comprovam a frase que tenho repetido do Dr. David Branding-Bennett, da OMS: “As descobertas recentes revelam que o mundo está aprendendo a envelhecer com êxito”. E “O que vai acontecer nos próximos anos é inimaginável”, dizem outros pesquisadores importantes.
Assim, a nossa responsabilidade médica, social e humana aumenta a cada dia que passa. E os nossos deveres com a saúde e a longevidade saudável tornam-se mais difíceis. E nós, da equipe de saúde, temos que aprender e crescer mais, avançar, sentir, sofrer juntos e acima de tudo, amar mais a nossa profissão, amar mais ao nosso doente e também amar mais ao nosso sadio para que ele não adoeça.
Assim, nós da Academia Cearense de Medicina, temos demonstrado várias vezes, nos momentos oportunos. Estamos todos convictos da importância de nosso papel neste momento tão importante para a melhoria de nossos valores. E esta foi a demonstração nacional de nossa “XV Bienal de Medicina”, que realizamos na semana passada, quando discutimos e trabalhamos os “Medicamentos no Brasil”, com ilustres e importantes convidados nacionais.
E que todos fiquem certos de que jamais vamos diminuir as nossas responsabilidades para com o povo brasileiro. E assim, podemos continuar repetindo o nosso lema: “vale a pena envelhecer ativo, criativo e saudável”.
Antero Coelho Neto é médico e professor – acoelho@secrel.com.br
Artigo publicado no jornal O Povo de 15 de janeiro de 2013