Em cada ser humano, a compreensão do mundo se faz à medida que lhe damos sentido e agimos sobre ele. Precisamos de noções para interpretar o que se passa ao nosso redor. Essas noções, não se formam exclusivamente pela razão, mas, também, pelos sentidos, memória, hábitos, imaginação, desejos e sentimentos.
O dia de hoje convoca a todos para uma reflexão por sua representatividade de lutas pela causa da Síndrome de Down. A data foi escolhida pela Associação Internacional Down Syndrome, em alusão aos três cromossomos no par de número 21 (21/3) que as pessoas com Síndrome de Down possuem. A data é importante para mim, pela experiência familiar concreta da convivência com um ser especial, cuja noção do amor maior faz fluir razão, motivação para ser, agir e estar no mundo. Por isso mesmo, afirmo meu compromisso pessoal e político com todas as questões afeitas a este segmento.
Dentre as zonas do saber científico ainda mantidas sob o véu das incertezas, a Síndrome de Down é uma incógnita. Não se constituindo defeito, nem doença. Registra-se como ocorrência genética natural, por motivos ainda desconhecidos. Sabe-se que durante a gestação as células do embrião são formadas com 47 cromossomos no lugar dos 46 que se formam normalmente.
No mundo de desiguais, cada ser traz em si noções diferenciadas do espaço, do tempo, da vida, e entre aquelas pessoas ditas “especiais” por terem vindo ao mundo com a “Síndrome de Down”, as noções quase sempre se dissociam da razão para evidenciar os sentimentos.
Parabenizo a todos que abraçam a causa que por amor e espírito de doação, se entregam com felicidade, esperança e vontade sempre renovadas ao desafio permanente de descortinar novos conhecimentos, técnicas, metodologias e habilidades para o trabalho junto a pessoas com a Síndrome de Down.
Às mães, em especial, meu manifesto de solidariedade, compromisso com a causa, pelo amor em tom maior que nos dá convicções e confiança para agir.
* Artigo publicado em 21.03.09, no jornal O Povo, por ocasião do Dia Internacional da Síndrome de Down e reproduzido neste site com autorização do autor.
Maria Célia Habib Moura Gomes
– Primeira Dama do Estado do Ceará