Na nova coluna, Pedro Valadares, coordenador do projeto, esclarece três situações cotidianas em que termos parecidos, mas com significados diferentes, confundem a escrita e até mesmo a comunicação oral.



Foto: Reprodução / Internet


Pode até não parecer, mas o português é uma das línguas mais faladas do mundo. Isso mesmo, ela está presente em pelo menos quatro continentes. É a única língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. É também uma das línguas oficiais da Guiné Equatorial (com o espanhol e o francês), de Timor-Leste (com o tétum) e Macau (com o chinês). No entanto, apesar do tamanho da comunidade de seus falantes e da qualidade da literatura, o português é ainda uma língua pouco difundida. A complexidade gramatical é um dos fatores que dificultam o aprendizado.


Um dos objetivos do Clube do Português é oferecer conteúdo prático, descontraindo o aprendizado da língua. Na nova coluna, Pedro Valadares, coordenador do projeto, esclarece três situações cotidianas em que termos parecidos, mas com significados diferentes, confundem a escrita e até mesmo a comunicação oral. Não deixe de conferir, ainda, o bônus que o jornalista criou para os leitores da coluna.


Há expressões que nos confundem por terem sonoridade similar. É o caso da dupla “círculo vicioso” e “ciclo vicioso”. A expressão correta é “círculo vicioso”, pois se quer transmitir a ideia de um processo que se repete, voltando sempre ao início em um movimento circular, que se retroalimenta.


ex: Se ninguém mudar de atitude, esses comportamentos vão gerar um círculo vicioso.


Já a palavra ciclo representa um processo que se repete de tempos em tempos.


ex: Fazer exercícios ajuda a regular o ciclo menstrual.


Ciclo também pode indicar um conjunto de fenômenos que ocorrem em uma ordem determinada.


ex: Este é o ciclo da vida: nós nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos.


Os termos nem um e nenhum, apesar de apresentarem algumas similaridades entre si, são empregados em contextos diferentes.


Nenhum é um pronome indefinido e é utilizado em oposição a algum. Dessa forma, para saber quando o usar, basta substituir nenhum por algum.


ex: Nenhum de nós seria capaz de realizar aquela tarefa.


SUBSTITUIÇÃO: Algum de nós seria capaz de realizar aquela tarefa.


Já em nem um, “um” tem o papel de numeral. A expressão é equivalente a nem mesmo um.


ex: Não tinha nem um centavo no bolso.


SUBSTITUIÇÃO: Não tinha nem mesmo um centavo no bolso.



Um dos pontos de atenção que se deve ter no momento de escrever um texto é não confundir os parônimos, que são palavras parecidas, mas com significados diferentes. (OBS: Você viu que nessa frase tem um sujeito oracional?)


Um caso que causa bastante confusão é o do par “compreensível” e “compreensivo”. Vejamos:


Compreensível – que se pode compreender.


ex: Em um momento de crise, é compreensível (pode-se compreender) que pessoas sejam mais conservadoras em suas decisões.


Compreensivo – que compreende os outros.


ex: Apesar de ter não ter gostado da brincadeira, ele foi compreensivo (compreendeu) com seus colegas e os desculpou.

Saiba mais


Outra diferença entre os dois vocábulos é que “compreensível” é um adjetivo comum de dois gêneros. Ou seja, ele não apresenta flexão de gênero.


ex¹: A situação era compreensível.


ex²: O momento era compreensível.


Já “compreensivo” apresenta variação de gênero.


ex¹: A moça era compreensiva.


ex²: O moço era compreensivo.

NUS
Vultuoso x Vultoso – quando utilizar cada um?


No vídeo, eu explico a diferença entre vultuoso e vultoso. Essas duas palavras são parônimos, ou seja, termos com grafia e som muito parecidos, mas com significados diferentes.


E vocês verão que, neste caso, os sentidos dos dois vocábulos são BEM distintos. Um indica um quadro clínico e outro expressa uma noção de quantidade e volume. Assista e confira qual é qual!



 

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