Ainda há necessidade de mudarmos nosso jeito de encarar e agir sobre o meio ambiente onde vivemos, embora sejam perceptíveis os esforços individuais e coletivos em tratar dos nossos problemas ambientais. A educação, principalmente a infantil, destaca-se por sua elevada potencialidade em formar cidadãos conscientes e capazes de rejeitar comportamentos até então considerados “normais”.


Um exemplo é o da conscientização para que se evite o uso desnecessário da água tratada em ações tão corriqueiras como a de utilizá-la para lavar calçadas, carros, roupas, louças ou até mesmo durante o banho. No entanto, as pessoas, necessitam compreender os motivos pelos quais deveriam mudar tais comportamentos indesejáveis.


Há uma angustiante necessidade em se conhecer e valorizar o que se pretende preservar/cuidar; até mesmo para que as possíveis ações prejudiciais se tornem perceptíveis. Para que esse objetivo possa ser alcançado é urgente a necessidade de popularizar o conhecimento ecológico para que ele possa servir de fundamento para a ocorrência de condutas conscientes.


Para que essa popularização mostre resultados efetivos, ações integradas de vários seguimentos da sociedade são indispensáveis. Por exemplo, há que se transpor a lacuna existente entre a linguagem científica e a popular, democratizando, dessa forma, o conhecimento. Incentivar, por meio de políticas públicas, ações que estimulem o rompimento de padrões de condutas inadequados, juntamente, com a valorização de ações que promovam a sustentabilidade ambiental.


Há ainda de se valorizar e divulgar especificidades das culturas regionais para que a população local reconheça e use os recursos ambientais disponíveis de modo adequado. No caso do Estado do Ceará, sobretudo, pensemos em estimular nossas crianças do semi-árido a conhecerem e valorizarem, por meio de livros e experiências adquiridas em visitas a áreas naturais de campo, esse ambiente que é peculiar e, assim, não sejam educadas por meio de valores culturais regionais que não lhes sejam próprios. Ações pontuais e isoladas do contexto específico dificilmente contribuirão para promover atitudes que levem à sustentabilidade ambiental regional e global.


* Artigo publicado em 15.08.2009 no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização da autora.




Jamili S. Fialho

– Professora M.Sc. do Instituto Centro de Ensino Tecnológico do Ceará e doutoranda em Ecologia e Recursos Naturais na Universidade Federal do Ceará.


jamilifialho@yahoo.com.br

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