Logo após o nascimento, em janeiro de 2021, a pequena Isla Duffy, de Stockport, na Grande Manchester, Inglaterra, sofreu uma convulsão e, por privação de oxigênio, foi diagnosticada com paralisia cerebral. Por causa da condição, ela ficou incapaz de se comunicar verbalmente e teve sua mobilidade afetada. No entanto, dois anos depois, a menina está prestes a dar seus primeiros passos graças ao seu irmão Leo, de seis meses. Ela irá se submeter, nos Estados Unidos, a um tratamento com sangue do cordão umbilical do irmão, que é rico em células-tronco.

Essas células são basicamente os blocos de construção do corpo, e podem ser usadas para tratar certos tipos de câncer, deficiências imunológicas e distúrbios genéticos. Espera-se que o tratamento possa ajudar Isla também, com pesquisas pioneiras nos Estados Unidos tendo encontrado alguns resultados promissores. Agora, os pais de Isla, ambos de 32 anos, esperam arrecadar cerca de R$ 155 mil para o tratamento e posteriormente a fisioterapia (confira a página de arrecadação aqui). Emily, gerente de projetos de um escritório de advocacia, e Sim, um corretor financeiro ficaram emocionados ao saber que sua filha se qualificou para o tratamento.

“Foi um enorme alívio descobrir que Isla se qualificou. Você precisa de pelo menos 50% de compatibilidade genética — e tivemos a sorte de saber que Leo era uma combinação boa o suficiente. Quando você tem uma criança com paralisia cerebral, você é informado de que não há tratamento ou cura, então acho que tenho grandes esperanças agora que finalmente há algo que podemos fazer. Um tratamento bem-sucedido pode permitir que ela se desenvolva rapidamente. Ela pode nunca ter conseguido falar, mas se o tratamento correr bem, há uma chance de que ela possa. Ela também pode aprender a andar muito mais rápido. Atualmente, Isla não pode sentar-se sozinha, rastejar ou andar”, explicou a mãe.

Isla tem dois anos e não fala ou anda — Foto: Reprodução/Metro

“A paralisia cerebral a limita muito. Ela também não é verbal e tem suspeita de autismo, o que torna a comunicação com ela extremamente difícil. Ela adora livros, especialmente livros sensoriais, e adora brincar ao ar livre. Ela realmente adora acariciar animais como cães e brincar na água também. Ela só quer poder fazer o que outras crianças de dois anos podem fazer”, disse. “Espero que o tratamento lhe dê um novo fôlego de vida, mesmo que pequenas coisas, como poder brincar com outras crianças e com o Leo. No início, ela não estava tão interessada em Leo, mas à medida que ele ficou mais velho, os dois começaram a brincar com os mesmos brinquedos e a virar páginas de livros que estão lendo juntos. Tem sido lindo vê-los se aproximando e, com sorte, o tratamento também ajude nisso”, completou.

Leo e Isla com os pais — Foto: Reprodução/Metro

“No momento, não há cura para a paralisia cerebral”, disse o pai. “Mas é a deficiência motora mais comum em crianças, afetando uma em cada 400 no Reino Unido. É um processo muito difícil e longo, levamos seis meses e muita sorte para nos classificarmos. Nos EUA eles são muito rigorosos em relação às correspondências — o tipo sanguíneo tem que ser compatível e a correspondência genética entre o doador e o paciente tem que ser próxima. Tínhamos isso em mente quando decidimos ter outro filho e, por isso, quando Leo nasceu, em novembro, fizemos questão de salvar o sangue do cordão umbilical dele. As células-tronco têm propriedades realmente regenerativas — você as lança no corpo de uma criança e espera que elas substituam, fixem e rejuvenesçam as células de seu corpo”, continuou.

“A melhor parte é que nem é uma cirurgia assustadora ou extensa, é apenas administrada por gotejamento intravenoso na corrente sanguínea e leva apenas 20 minutos. Os efeitos podem ser incríveis. No caso da Universidade Duke, todas as crianças tiveram ganhos aumentados de movimento após o tratamento, e há relatos de crianças na Austrália que até conseguiram andar ou falar”, finalizou.

Fonte: www.revistacrescer.globo.com

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