Estamos chegando ao último mês do ano, e, como todos os outros, as perdas durante esse período são recontadas e inevitáveis. Na última sexta-feira a confirmação da morte repentina do apresentador Gugu Liberato nos fez perceber que, o momento da partida só quem sabe é o criador. Uma morte que deixou muitos fãs e admiradores do artista incrédulos. Gugu estava com 60 anos.
Mas o que me deixou mais surpresa e emocionada foi a força maternal de três mulheres em especial. Esse ano não foi só o Gugu que partiu precocemente e fez o Brasil chorar. Em 11 de fevereiro, em uma queda de helicóptero, o jornalista Ricardo Boechat, aos 66 anos, comoveu o país. E vale também citar a partida do ator e diretor Jorge Fernando, ainda com 64 anos, sofreu uma parada cardíaca e se foi.
Além da imensa saudade que todos deixaram e da proximidade de suas idades percebi uma coincidência não casual. Pela lei da vida é natural que os filhos enterrem seus pais, que chorem sua ausência e aprendam a conviver com a saudade. Só que aqui o inesperado aconteceu e Dona Maria do Céu, 90 anos (mãe de Gugu Liberato), Dona Mercedes Carrascal, 86 anos, (mãe de Ricardo Boechat),e Dona Hilda Rebello, aos 95 (mãe de Jorge Fernando) tiveram que remar contra a maré e viver o luto da perda do amor maior.
Ao observar o depoimento de Dona Mercedes eu percebi uma imensa gratidão e que ela já havia entendido que o filho não era amado somente pela família, ele era estimado por um imenso público, algo inusitado para um jornalista. Mesmo em meio a maior dor que uma mãe pode sentir o que ela externou foi ternura e agradecimento. Ela acolheu o sentimento de gratidão e o transformou em força para seguir mais um dia. Já Dona Hilda, conhecida por muitos por interpretar a idosa mais fofinha das novelas, não conseguiu transparecer tristeza. Ela encanta com suas palavras, seus versos e sua certeza de que o filho a tornou uma mulher realizada, sonhadora, feliz e realizada.
Dona Maria de Céu está vivendo algo incomum. Seu filho era amado por todas as emissoras, todos pararam para homenageá-lo, para dizer que ele fará falta, para lembrar de algum momento de sua extensa carreira de sucesso, para relatar o quanto ele era prestativo. Não se sabe o que se passa dentro do coração dessa mãe, mas, a certeza é que, ela é dona de uma fortaleza enorme.
É isso ai! Certamente elas não queriam mais fama, mais aplausos. Elas só queriam mais um bocadinho de tempo. Seguramente elas não queriam ter que se despedir, elas imaginavam ser a despedida. As tragédias também servem para nos mostrar que, até em meio às tempestades as mães são perseverantes, corajosas, doces, capazes de amar além do amor. Só Deus para entender!
Márcia Rios – Jornalista e Assessora de Comunicação

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