A rede adotiva atua de forma interdisciplinar nas áreas de Direito, Psicologia, Assistência Social e Pedagógica, preparando os pretendentes/adotantes e pais adotivos antes e pós-adoção. Para isso, procuram atuar nas situações que envolvam crianças em situação de risco e na capacitação técnica de profissionais que já atuam nessa área




Por Márcia Rios


A Rede Adotiva é um Grupo de Apoio à Adoção do Ceará – GAA, formado por iniciativa de pais adotivos e de pessoas interessadas na proteção e defesa de crianças e adolescentes. O objetivo é dar visibilidade e contribuir para a efetividade do artigo 227 da Constituição Federal, que coloca os menores em primeiro lugar nos planos e preocupações do Estado.


A rede atua de forma interdisciplinar nas áreas de Direito, Psicologia, Assistência Social e Pedagógica, preparando os pretendentes/adotantes e pais adotivos antes e pós-adoção. Para isso, procuram atuar nas situações que envolvam crianças em situação de risco e na capacitação técnica de profissionais que já atuam nessa área. A Agência da Boa Notícia conversou com o presidente e coordenador do núcleo jurídico da rede e pai de duas crianças adotadas, Igor Azevedo. Segue entrevista.



(Agência da Boa Notícia) Como surgiu a rede adotiva?

Igor Azevedo – A Rede Adotiva surgiu da iniciativa de alguns pais adotivos e outras pessoas que, ao tomarem conhecimento da situação de descaso e sofrimento em que viviam crianças e adolescentes abrigadas em instituições de acolhimento no estado do Ceará, não conseguiram ficar inertes e decidiram tomar atitudes. As parderias foram feitas visando acelerar os tramites judiciais para diminuir os prazos médios de acolhimento, melhorar as condições de vida e convivência social dos acolhidos e dar o encaminhamento adequado a cada indivíduo nesta condição, seja devolvendo à família biológica ou encaminhando à outra família por meio da adoção.

(ABN) Do que se trata a nova cultura de adoção?

Quando falamos em Nova Cultura de Adoção, estamos reforçando a ideia que o laço de amor é mais forte que o laço sanguíneo. Estamos pondo os direitos das crianças à frente de quaisquer outros, observando suas necessidades e prioridades.  Enfatizamos a ideia de que devemos encontrar uma família adequada a uma determinada criança e não de buscar uma criança para aqueles que pretendem adotar. Nisso, preservamos o princípio do melhor interesse da criança e fugimos da cultura arraigada que o “sangue” determina o vínculo, o caráter e futuro das crianças. Adotar não é praticar a caridade e nem a generosidade, é um ato de amor que nos faz receber em nossas vidas sem ser diferente do que idealizamos, respeitando sua origem e sua “bagagem”, mesmo que muitas vezes, desconhecida.

(ABN) Quem são os envolvidos? Todos realizam trabalho voluntário?

Todo trabalho desenvolvido a partir dos núcleos da Rede Adotiva é voluntário. Entre os integrantes encontramos pais e mães adotivas, pretendentes à adoção e pessoas sensibilizadas com a Causa. De forma geral, todos usam sua experiência e formação profissional para contribuir com as atividades da Rede Adotiva

(ABN) Quantas crianças já foram beneficiadas?

Em mais ou menos 12 meses de funcionamento efetivo, já acompanhamos diretamente a adoção de23 crianças/adolescentes em 19 famílias e temos outras em andamento. Já informamos e orientamos inúmeras pessoas que nos procuram pelo telefone ou por meio do facebook. Contamos com um número flutuante médio de 70 pessoas que recebem atendimento e orientações, além de crianças que vivem em instituições de acolhimento que são beneficiadas com passeios e festinhas realizadas a partir de parcerias firmadas com ajuda da Rede Adotiva.

(ABN) Vocês contam com algum tipo de ajuda financeira? Se sim, quem são os parceiros e como é destinada a ajuda.

A Rede Adotiva vive de doações e das contribuições mensais de seus voluntários. Também fazemos eventos e campanhas de arrecadação que são divulgados na nossa página no facebook e pelo whatsApp. Os valores arrecadados são integralmente destinados a manutenção das atividades. Custos como telefone, material de divulgação, eventos, cursos de capacitação e apoio financeiro a outros projetos sociais que tenham como finalidade o bem estar dessas crianças e adolescentes, são algumas das atividades que fazem uso dos valores arrecadados.

(ABN) Quais os principais desafios para seguir com o projeto? Quais os próximos passos?

Um dos maiores desafios é vencer os preconceitos e chamar atenção da Sociedade para a necessidade de olhar com mais carinho para as crianças e adolescentes em situação de risco. Paratanto, estamos planejando uma série de eventos, palestras, seminários para tratar da situação da infância e juventude em nosso estado. Ao mesmo tempo, estamos tentando fechar parcerias com instituições de acolhimento e com o Tribunal de Justiça visando o acompanhamento dos processos de destituição do poder familiar das crianças e adolescentes abrigados.

(ABN) Quem quiser ajudar como deve proceder?

Existem duas formas de ajudar a Rede Adotiva, trabalhando voluntariamente ou ajudando financeiramente. Independente de qual seja a escolha, a pessoa deve procurar a Rede Adotiva no Facebook ou pelos telefones 85-997564580(TIM) ou  85-989767183 (OI).


Os pais, pretendentes ou outras pessoas que desejarem ser atendidas pela Rede Adotiva podem se utilizar dos mesmos canais acima.

Serviço:

Rede Adotiva
Facebook ou pelos telefones 85-997564580(TIM) ou  85-989767183 (OI).

 


 

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