Uirapuru é um pássaro conhecido pelas lendas populares por ter um canto mágico. Talvez seja essa magia que o povo brasileiro ainda preserva fez com que na comunidade de Moita Redonda, em Cascavel, semi-árido cearense, os seus jovens e crianças se unissem pela música para criar a o Grupo Uirapuru – Orquestra de Barro. A sua formação ocorreu no ano de 2008, com o objetivo de valorizar a ancestral produção artesanal do barro, na comunidade, e fomentar a produção do conhecimento local nos jovens.


Pela relevância foi premiado como uma iniciativa de excelência na 28ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que este ano distribuiu R$ 200 mil em incentivos às práticas de preservação e salvaguarda do patrimônio brasileiro.

Sobre Moita Redonda

Moita Redonda funciona como um pólo de produção de cerâmica que envolve não só a comercialização e a sustentabilidade econômica, mas também traz uma produção de conhecimento pelo modo de fazer que vinha sendo abandonado, por difundir linguagens artísticas e por estimular o envolvimento dos jovens da comunidade, colocando-os em contato com suas referências culturais e criando laços simbólicos, enfraquecidos, pois o único estímulo e meio de representação que tinham era o meio midiático.


Com a realização do projeto, que consiste na produção de instrumentos musicais feitos de barro, a comunidade pode reestabelecer suas conexões culturais e ainda promover a formação musical, a inserção na em uma cadeia produtiva criativa dos participantes envolvidos e divulgar a valorizar os conhecimentos tradicionais da cerâmica por meio da circulação do Grupo, que já foi contemplado e reconhecido por diversos projetos.


A Orquestra de Barro busca transformar por definitivo sua comunidade, utilizando-se de ferramentas de reinvenção das tradições, de inclusão sócio-cultural e da geração de renda, numa região com baixo índice de desenvolvimento humano. Assim, por meio da música e da arte há o resgate dos direitos culturais por um caminho de cidadania e educação que fecha uma cadeia que irá promover a formação dos jovens e a preservação sustentável de seu patrimônio cultural.

Sobre o Prêmio

O Prêmio que chega a 28ª edição foi criado pelo Iphan, no ano de 1987, em homenagem ao primeiro presidente do Instituto. O objetivo é reconhecer iniciativas, desenvolvidas por pessoas e instituições públicas ou privadas que mantém vivo o patrimônio e suas mais diversas formas de expressão.


Nesta edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, cada um dos oito premiados, dos estados do Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e do Distrito Federal, receberá um certificado e um prêmio de R$ 30 mil. A cerimônia de premiação será no dia 27 de outubro, em Brasília.


Categorias

Categoria I – Iniciativas de excelência em técnicas de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural: visa valorizar e promover iniciativas de excelência em preservação e salvaguarda, envolvendo identificação, reconhecimento e salvaguarda; pesquisas; projetos, obras e medidas de conservação e restauro:

1.    Documentário Remeiros do São Francisco (MG)

2.    Ilé Omiojúàrò: Patrimônio Cultural (RJ)

3.    Preservação da Tradição e da Cultura do Centro Oeste Goiano através da trilogia de Bariani Ortêncio (GO)

4.    Levantamento das casas enxaimel de Blumenau (SC)


Categoria II – Iniciativas de excelência em promoção e gestão compartilhada do Patrimônio Cultural: visa valorizar e promover iniciativas referenciais que demonstrem o compromisso e a responsabilidade compartilhada para com a preservação do patrimônio cultural brasileiro, envolvendo todos os campos da preservação e oriundas do setor público, do setor privado e das comunidades:
1.   Grupo Uirapuru – Orquestra de Barro (CE)

2.    Re(vi)vendo Êxodos (DF)

3.    Do Buraco ao Mundo: Segredos, rituais e patrimônio de um quilombo-indígena  (PE)

4.    Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros (GO)

Saiba mais

O advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade nasceu em 17 de agosto de 1898, em Belo Horizonte. Foi redator-chefe e diretor da Revista do Brasil e, na política, foi chefe de gabinete de Francisco Campos, atuando na equipe que integrou o Ministério da Educação e Saúde do governo Getúlio Vargas. O grupo era formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922. Rodrigo Melo Franco de Andrade comandou o Iphan desde sua fundação, em 1937, até 1967.


Com informações da Assessoria de Comunicação Iphan

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