O “Fóssil do Dia” foi para a Dinamarca. O irônico prêmio ou antiprêmio é concedido por ambientalistas, a quem menos colabora com as negociações durante as cúpulas do clima, e nesta quinta-feira (3), quarto dia da Conferência Climática das Nações Unidas, ou COP 21, que acontece em Paris, na França, foi entregue à nação dinamarquesa.


Segundo a organização Climate Action Network (CAN), o país nórdico, que tem uma das políticas de clima mais progressistas do mundo, tem recuado de várias delas depois que o governo liberal chegou ao poder, em julho. Entre os recuos estaria o abandono da meta nacional de 40% de corte de emissões em 2020 em favor da meta europeia, de 20%.


De acordo com a nota enviada à imprensa pelo ativista e coordenador de comunicação da CAN, Kevin Buckland, em um “passado não muito distante”, a Dinamarca foi uma inspiração para muitos – fixando metas ambiciosas e lançando energia eólica. “Mas hoje, o governo dinamarquês está apontando para o corte de metas climáticas e redução das contribuições para o Fundo Verde do Clima”, afirma.


O país projeta cortar o financiamento climático de US$ 72 milhões para US$ 39 milhões em 2016. “Mal dá para comprar um café em Copenhague com esse dinheiro”, disse o apresentar do prêmio. Criado na COP 16, em 2010, o fundo tem o objetivo de arrecadar dinheiro de nações ricas e administrar a ajuda financeira aos países mais vulneráveis às mudanças climáticas.

Sobre a CAN

Climate Action Network (CAN) é uma rede global de mais de 900 ONGs que trabalha para promover ações governamentais e individuais para limitar as alterações climáticas induzidas pelo homem a níveis ecologicamente sustentáveis.


Tarcilia Rego é gestora ambiental, especialista em educação ambiental e jornalista. Editora do Caderno O Estado Verde – Jornal O Estado

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here