Nós brasileiros, não fomos acostumados com duas coisas essenciais da vida: planejar o amanhã e guardar as memórias do passado. São dois “pecados capitais”. Costumamos dizer: “O futuro a Deus pertence!”. Claro que pertence sim, mas Ele nos deixa livres para as nossas decisões e podemos lhe dar uma grande “ajuda” e sermos mais felizes, vivermos mais e melhor. ELE lhe agradecerá.
Desde há muitos anos, comecei a me interessar pelo futuro, tendo participado de importantes organizações internacionais e nacionais de futurismo e transhumanismo. Assim, em 2001, após grande estudo na matéria, publiquei o livro “ O Futurista e o Adivinho”, que me deu grande satisfação ao vê-lo em muitas bibliotecas e livrarias. Nele, faço uma análise de diferentes cenários do nosso país e do mundo, buscando uma “visão” (futuro provável) para o Brasil em 2010.
Alegra-me verificar que alguns futuros previstos, foram ultrapassados. Claro que errei em muitos, com os diferentes problemas existentes e outros que apareceram. Quanto aos cenários para nossa longevidade, destaquei a importância da necessidade de todos estabelecerem o seu plano desde cedo. Lembro que os níveis previstos para as expectativas de vida ao nascer e sobrevida, foram todos ultrapassados. E o que vai acontecer até 2050, por exemplo, é, segundo autoridades da área, inimaginável.
Costumo ressaltar que, ao nascer, temos o que alguns pesquisadores chamam de “direito de viver”, que será alcançado se cumprimos as exigências dos seus diferentes condicionantes. Essa vida que temos o “direito”, está baseada em nossa genética e nas áreas fundamentais da vida, que denomino de Mandamentos.
Então, ao planejarmos a nossa longevidade, deveremos trabalhar esses elementos, que são interpretados diferentemente pelos diversos pesquisadores, especialistas, profissionais das áreas e até por muitos oportunistas que aproveitam esse importante momento de nosso progresso, o que faz variar muito o planejamento da longevidade futura.
Para mim. são áreas fundamentais mais importantes: saúde, estilos de vida, meio ambiente, trabalho, criatividade, condições financeiras necessárias, hábitos e costumes, transporte, lazer e segurança. Estudos realizados em importantes centros, (Universidade de Stanford, por exemplo), revelam que o peso desse fatores variam, mas que os mais importantes seriam: estilos de vida, meio ambiente, genética, cuidados com a saúde e outros, nessa ordem.
Então vamos fazer um plano para o nosso futuro recente (1 ano)? Depois, poderemos até fazer um planejamento para o futuro tardio (vários anos).
Em um caderno de notas de uso constante, façam o jogo do “o que quero”, com “o que posso” e com “o que vai”, provavelmente, acontecer. Claro, utilizando os condicionantes que destaquei para vocês.
Pensem nisso e vamos tentar alcançar o “direito de viver” que temos ao nascer. No próximo ano vou cobrar de vocês os resultados.
Antero Coelho Neto – Médico e professor. Email: acoelho@secrel.com.br