Virou moda, vinda dos States, a máxima que a Internet vai decidir as eleições. Tenta-se atribuir aos e-mails enviados, aos blogs ativados, aos twitters instalados, o grande mérito da vitória de Barack Obama. Existem até, Brasil afora, consultores vendendo a ideia. E parece que a moda vai pegar nessas eleições. Além de representar um custo mais acessível, com certeza, são mais lidos e acompanhados que os envelopes enviados através dos Correios.


De modo que a minha caixa postal já vive cheia dessas mensagens. Uns contra Dilma & a mulher guerrilheira & outros contra Serra, o vampiro paulista! Quase todas as notas com acusações, relatos de falcatruas e coisas do gênero. No início, ainda me dei à pachorra de ler cuidadosamente uma a uma. Mas agora, confesso, enchi o saco! Não dá para acompanhar essas bobagens, por mais sofisticadas que elas pareçam. High tech total, negócio de profissionais…


Não acredito que uma democracia possa ser aperfeiçoada por condutas e comportamentos de insultos, injúrias e acusações. É coisa torpe. Chula.


O pretexto de conquistar o poder não pode ser absoluto. Os fins não justificam os meios. Não se trata de uma luta do “valendo tudo, do tudo pode“. A democracia precisa ser levada com mais responsabilidade e ética. Estas acusações de um lado e de outro, com o único propósito de desconstruir o adversário – em verdade -, maculam todo o processo. Um candidato não cresce porque tenta destruir o outro. Aquele que passa o tempo acusando supostamente não tem proposta. É um candidato vazio. Pretende vencer simplesmente porque o outro não deve ser.


A campanha eleitoral é um momento de mais discussões de projetos para a sociedade. Não vale essa bobagem presente em toda eleição: “prometo que a educação, a saúde e a segurança serão minhas bandeiras.“. Um discurso de cabide: pega e diz. Uma campanha sem exibicionismos e ataques aos outros.

De minha parte, aviso logo: não mandem esses e-mails. Deleto todos!


* Artigo publicado em 15.05.2010 no Jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização do autor.

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