A falta de acessibilidade para pessoas portadoras de algum tipo de deficiência no Ceará é um problema enfrentado por 27,69% da população. No Estado, existem cerca de 1,8 milhão de pessoas com algum grau de deficiência visual, mais de 24 mil se declararam cegos, segundo o Censo de 2010.


Ítalo Gutierrez, 22 anos, sempre alimentou o sonho de aprender falar inglês. “Quando pensava sobre como superar a minha deficiência (visual), nunca pensei naquelas coisas comuns que todo cego pensa: ser independente, trabalhar etc. O que eu desejava era aumentar a minha bagagem intelectual e conseguir “enxergar o mundo” através do conhecimento”. Ítalo lembra-se que começou a buscar informações acerca de um curso de inglês que atendesse as suas especificações. “Não podia ser qualquer um. Eu precisava me sentir integrado e, de fato, fazer parte da escola. E o conteúdo também precisava ser dinâmico e, se possível, disponibilizado em Braille”.


Através de um colega, também cego, ele descobriu que o curso Hilpro disponibilizava material didático em Braille. A escola já havia solicitado a Cambridge e Oxford University Press os livros adotados na instituição.


No caso do Ítalo, porém, o primeiro livro para o curso básico foi traduzido do inglês para o Braille, através do Centro de Referência e Atendimento Especializado do Estado do Ceará (CREAECE). A Hilpro disponibilizou todo o material didático, enviou para a CREAECE e o Ítalo que trabalha na instituição, conseguiu a produção do livro em Braille. “No início minha turma era meio tímida. Resolvi mudar para a outra turma e o resultado me surpreendeu. Aqui me sento integrado, valorizado. Dentro da sala de aula, esqueço que não enxergo”, resumiu.

 

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