Maria Cecília Cavalcante (Imagem: Divulgação)

Em tempos de isolamento em decorrência da pandemia, os relacionamentos ganharam novo tônus, passando muitas vezes por várias fases… a felicidade da família toda reunida, a fadiga da rotina e o desgaste da convivência. Nesse momento, a comunicação ganhou protagonismo histórico e passou a desempenhar papel fundamental em nossas vidas.

Criada por Marshall Rosenberg, psicólogo, que teve a oportunidade de estudar com Carl Rogers na escola humanista, a comunicação não violenta (CNV) já foi utilizada para a resolução de conflitos em mais de 65 países.

Segundo seu criador, a violência é a expressão trágica de necessidades não atendidas.

Muitos de nós já ouvimos falar no “Método Harvard de Negociação”, que foi baseado na CNV. A CNV é tão eficaz que é base tanto para agenciamento de conflito a dois, conflito de equipe em empresa, conflito familiar e conflito entre países.

A CNV é uma habilidade que pode ser treinada/aprendida. Tem por base a assimilação de conceitos como PERCEPÇÃO e EMPATIA.

A nossa linguagem é algo bem recente, por isso, temos tantos problemas com verbalizações e ainda precisamos aprender a discriminar os nossos sentimentos. 

Nós evoluímos de tal forma que percebemos o que nos é útil para sobreviver, e esta evolução nos coloca em um contexto e experiência que influenciam nossa percepção, assim como nossas decisões. 

A nossa percepção começa na EXPECTATIVA. A própria palavra EXPECTATIVA ajuda a entender problemas de comunicação.

Já a empatia é a capacidade de zerar as expectativas e quebrar estereótipos. Tentar, ao máximo, agir de maneira neutra para tentar compreender como outro se sente. Um bom começo é entender que todo mundo faz o BEM para si, ninguém faz o MAL para o outro; pois a motivação do comportamento é o interesse em atender uma necessidade própria. E é exatamente aí onde nascem os conflitos, pois são frutos de necessidades não atendidas.

Como podemos na prática, aprimorar/expandir nosso comportamento de modo a praticar a CNV em nosso dia a dia?

Marshall Rosenberg elencou quatro passos para praticar de maneira adequada à CNV: OBSERVAÇÃO – devemos observar e descrever os fatos sem julgar/avaliar; SENTIMENTOS – identifique e expresse os seus sentimentos e do outro; NECESSIDADES – identifique e expresse as suas necessidades e do outro e PEDIDO – formule um pedido.

Entendendo isso, percebemos que para praticar a CNV, devemos entender que a comunicação não é sobre o que eu quero falar para o outro, é sobre qual a chance que eu tenho de o outro me entender.

Somos julgadores naturais, mas temos a possibilidade de desenvolver a racionalidade e minimizar o julgamento intuitivo que na maioria das vezes é errôneo. É preciso desenvolver o amor, compaixão, paz e empatia! Comunicação é construção… e construir muro ou ponte depende de como colocamos os tijolos. 

Maria Cecília Cavalcante 

Diretora-administrativa na Universidade Sem Fronteiras

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