Nas areias do Titanzinho, um público de surfistas e moradores conversa sobre histórias de bilhões de anos, de como nasceram os oceanos; uma aula pública, que se constitui de conversas e imagens, propõe um novo olhar sobre a produção de cinema em Fortaleza; no coração do Bom Jardim, uma professora de Arquitetura e Urbanismo explica os mecanismos que levam à desigualdade ambiental e à ausência de espaço de lazer nos espaços periféricos.  Difusão científica de mãos dadas com o dinamismo dos encontros e diálogos de rua. Esse é princípio fundamental do projeto Universidade a Céu Aberto, da Adufc Sindicato, produzindo em parceira com a Ong Mediação de Saberes, que em 11 anos tem concebido e realizado projetos como o Percursos Urbanos.




No Universidade a Céu Aberto, a ADUFC Sindicato realiza 12 aulas públicas, mediadas por professores da UFC, em diferentes espaços públicos da cidade. São encontros semanais, em locais de trânsito, de convivência coletiva, aproximando o conhecimento científico da cidade. No mês de março, os temas transitam pelas questões ambientais, urbanas, pelo cinema e a cidade e pelos direitos humanos e as sexualidades.


Segundo o sindicato, sem as instâncias de formação populares que foram fundamentais em diversos momentos históricos, o debate sobre a vida, o comum, facilmente se encaminha para o esvaziamento. A contribuição da ciência para a compreensão do mundo fica muitas vezes restrita aos meios universitários. O projeto propõe superar esses limites com encontros dialógicos que criam conexões entre linhas de pesquisa, os saberes populares e os contextos sócio-político-culturais onde as atividades educativas serão desenvolvidas.

Titanzinho

Nesta terça-feira, 10, o projeto chega às areias do Titanzinho, a partir das 17h, pelas mãos de Christiano Magini, do Departamento de Geologia da UFC. O público formado por surfistas e moradores, o professor vai falar sobre a morte e vida dos oceanos. Nesta aula, interrompida apenas pelo pôr do sol, os participantes aprenderão que os oceanos – tal como todos os seres vivos – formam-se (nascem), tem seu tempo de vida e fecham-se (morrem). Durante este ciclo, vários processos geológicos, biológicos, climáticos e até mesmo antrópicos acontecem.

 

Também será tema desta aula pública a relação entre as grandes civilizações e os litorais, fontes de alimentos. Passados os séculos, estes grandes reservatórios de vida e recursos são transformados de forma danosa, pondo em risco a existência do ser humano. É neste ponto que novas demandas por políticas de uso e ocupação destes ambientes ganham repercussão.

 
Próximos encontros

No dia 17 de março, as 19h30, será a vez de falar sobre cinema. O encontro será conduzido por Yuri Firmeza, do Instituto de Cultura e Arte da UFC, na Praça do Povo (Sapiranga). A proposição apresentará o novo cinema produzido em Fortaleza, em uma praça ocupada pela juventude, com saraus e outras atividades culturais, há mais de cinco anos. Uma aula pública que se constitui de conversas e imagens, projeções de muitos trechos de filmes.

 

O direito ao meio urbano com suas praças e parques será o tema da discussão no dia 24 de março, a partir das 19h, na Praça de Santa Cecília, no Bom Jardim. No coração do Bom Jardim, um bairro quase sem praças – a algumas centenas de metros do rio Maranguapinho, existem centenas de metros de áreas residuais urbanas que poderiam ser aproveitadas para a construção de um belo parque urbano – a professora de Arquitetura e Urbanismo Clarissa Freitas, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFC,  explicará os mecanismos que levam à desigualdade ambiental e à ausência de espaço de lazer nos espaços periféricos.


 Conforme os organizadores do projeto, o tema é difícil, mas o encontro é suave. O sonho de gente de todas as idades, aproveitando do verde e das praças, anima o movimento.


Finalizando o mês de março, no dia 31, acontecerá, a partir das 19h, o encontro que discutirá os direitos sexuais e direitos humanos. Alexandre Vale, do Departamento de Ciências Sociais da UFC, conduzirá a aula no Pólo de Lazer Luis Gonzaga, no bairro Conjunto Ceará.

 

 A aula pública abordará assuntos como sexualidades, desnaturalização, prazeres divergentes, a experiência trans, o feminismo e a violência dos estigmas.


Com informações da Adufc Sindicato e do projeto Universidade a Céu Aberto

Mais informações: www.adufc.org/

Foto: Rádio Universitária FM

 

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