Madre Teresa de Calcutá (1910 – 1997) dedicou à vida em defesa dos pobres da Índia. Sua dedicação abnegada rendeu e pacífica rendeu o Nobel da Paz, em 1979. Ela foi beatificada seis anos sua morte, pelo Papa João Paulo II.  Ao reconhecer mais um milagre da missionária, Papa Francisco aprovou sua canonização, em dezembro de 2015. A canonização da beata será em 4 de setembro de 2016, no âmbito do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia.


Na análise de padres e especialistas em fé e cultura, a canonização da religiosa reflete o exemplo de Igreja desejado pelo Papa Francisco. Em entrevista ao O Globo, o coordenador do Núcleo de Fé e Cultura da PUC-SP, Francisco Borba, aponta que a canonização vem “num momento em que o Papa Francisco volta a Igreja Católica para as classes desfavorecidas. Ela é apontada como exemplo num momento importante para o mundo. Representa uma Igreja que está comprometida com os mais pobres e com os que mais sofrem”, observou Borba.


Para um papa que defende os mais pobres, aponta uma agência de notícias portuguesa, canonizar Madre Teresa de Calcutá no ano do Jubileu da Misericórdia é um gesto de grande significado.


Conforme Borba, a missionária tornou-se o exemplo da pessoa que foi até as “periferias da existência”. “Aí, incluem a periferia material e também aqueles excluídos do ponto de vista afetivo, como drogados, abandonados, que estão em crise depressiva”, lembrou o pesquisador.

Milagre

A cura, que justificou a canonização aconteceu em Santos, no litoral paulista, há sete anos. A identidade do homem é preservada pela Igreja. Sabe-se que é um engenheiro, hoje com 42 anos, que estava em lua de mel, e foi internado em estado grave. Entrou em coma. O diagnóstico indicou um tumor espalhado pelo cérebro, no último estágio.


A mulher dele pediu ajuda ao padre Elmiran Ferreira, da paróquia de São Vicente. “Aí eu sentei exatamente neste banco, sentei aqui com ela e fui ali só escutando, ela chorando, ela foi relatando. No meu íntimo eu dizia: ‘meu Deus, o que eu vou dizer mais pra essa pessoa’”, conta o padre.


O padre entregou uma medalhinha de Madre Teresa pra ela. “Já estava com ela no bolso e dei uma pra ela e expliquei pra ela, rezou, começou a rezar também e voltou pro hospital”, afirmou. Na sala de operação, antes da cirurgia, o brasileiro acordou e, segundo relatos médicos, não tinha mais a doença.


O padre Caetano Rizzi, promotor de Justiça no processo diocesano que avaliou o caso do miraculado por intercessão de Madre Teresa, afirmou que o homem, hoje com 42 anos e vivendo no Rio de Janeiro, está bem de saúde, leva uma vida normal, tem dois filhos e até passou em 1º lugar num concurso público. Segundo o padre, o miraculado deve ir com a esposa à canonização de Madre Teresa, no Vaticano, em setembro.

Saiba mais

Ganxhe Bojaxhiu, a Madre Teresa, nasceu em Skopje (Macedónia), pequena cidade com cerca de vinte mil habitantes então sob domínio otomano, a 26 de agosto de 1910, no seio de uma família católica que pertencia à minoria albanesa, no sul da antiga Jugoslávia.


A 25 de dezembro de 1928 partiu de Skopje rumo a Rathfarnham, na Irlanda, onde se situa a Casa Geral do Instituto da Beata Virgem Maria, para abraçar a Vida Religiosa, com o ideal de ser missionária na Índia.

Acabou depois por embarcar rumo a Bengala, passando por Calcutá até Dajeerling, numa casa da Congregação fundada pela missionária Mary Ward, onde escolheu o nome de Teresa.


Madre Teresa absorveu o estilo de vida bengali e, posteriormente, transmitiu-o às suas religiosas, quando fundou as Missionárias da Caridade.

O seu trabalho nas ruas de Calcutá centrou-se nos pobres da cidade que morriam todas as noites, vestida com um sari branco, debruado de azul, a imagem com que o mundo se habituou a vê-la.


Rapidamente as Missionárias da Caridade chegaram a milhares de religiosas em 95 países. Quando visitou a Índia, em 1964, Paulo VI recebeu pessoalmente Madre Teresa e 22 anos depois João Paulo II incluiu, no programa da viagem apostólica àquele país, uma visita à «Nirmal Hidray» – a “Casa do Coração Puro” – fundada pela religiosa e conhecida, em Calcutá, como a “Casa do Moribundo”.


A futura santa esteve três vezes em Portugal, a acompanhar os primeiros passos da Congregação das Missionárias da Caridade. A religiosa faleceu a 5 de setembro de 1997, na casa geral da congregação que fundou, em Calcutá, aos 87 anos de idade.

Foi beatificada por João Paulo II a 19 de outubro de 2003, depois de o Papa polaco ter autorizado que o processo decorresse sem esperar pelos cinco anos após a morte exigidos pela lei canónica.


A canonização, ato reservado ao Papa desde o século XIII, é a confirmação, por parte da Igreja Católica, que um fiel católico é digno de culto público universal (os beatos têm culto local) e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.


Com informações da Comunidade Shalom, O Globo e a Agência de Notícia Lusa.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here