A Bíblia é um livro considerado sagrado, utilizado por milhões de pessoas e patrimônio cultural da humanidade, à parte a variedade de suas traduções.


 


Contudo, grupos políticos oriundos de certas denominações religiosas têm insistido na imposição legal do uso da Bíblia nas escolas públicas do País.


 


O último registro é do projeto de lei ordinária, do dia 13 de maio deste ano, do vereador de Fortaleza Mairton Felix, que estabelece a leitura obrigatória da Bíblia nas escolas públicas e particulares de Fortaleza.


 


Ora, em nosso País, a Bíblia é livro respeitado, de utilização livre nos espaços privados e públicos sob proteção legal.


 


Desse modo, não há necessidade de sua inclusão obrigatória para enriquecimento curricular das nossas escolas públicas e particulares, que têm dever e direito de oferecer educação laica, respectivamente.


 


Esse tipo de empreendimento parlamentar-religioso completa-se com outras práticas, como o patrocínio público à construção de imagens religiosas em praças públicas, investimento em turismo religioso, da criação de feriados públicos religiosos nacionais, estaduais e municipais, assim como os conchavos eleitorais diretos com as lideranças religiosas.


 


Assim, depreende-se que esse projeto de lei da leitura bíblica obrigatória nas escolas públicas e particulares de Fortaleza, revela a ponta de um iceberg.


 


Esse e outros exemplos só alimentam a perigosa relação religião/política, enfraquecendo a liberdade religiosa e de pensamento do nosso Estado laico.


 


A bem da democracia e do respeito à Constituição, os políticos deveriam observar o preceito bíblico: “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.


 


* Marcos José Diniz Silva – Historiador e professor da Uece


 


Artigo publicado no jornal Diário do Nordeste e reproduzido neste site com autorização do autor

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