Vivemos em um mundo tecnologicamente avançado, onde se tornou comum a exposição de particularidades: fotos, vídeos, notícias e estados de espírito. Nesta onda de compartilhamento, boa parte de nós já teve a sensação de que a “grama do vizinho é sempre mais verde”.

 

Entretanto é preciso lembrar que é comum nos deixarmos influenciar pela ideia de que ser feliz é morar no bairro mais caro, ter o carro do ano ou ter a ‘vida perfeita’ de uma atriz de novela. A verdade é que ser feliz tem a ver com a construção de um modo particular de enxergarmos as coisas e de sentirmos a vida, evitando comparações com a trajetória alheia.

 

A exposição digital não pode nos afastar do ‘olho no olho’, ou do simples ‘olhar pela janela’. Todos os exageros nos impedem do contato e da oportunidade de nos olharmos e nos reinventarmos a cada dia através do outro.

 

Um estudo divulgado pela Universidade de Michigan apontou uma ligação entre o uso excessivo das redes sociais e a infelicidade. Dados coletados assinalam que as emoções ligadas à infelicidade aumentaram proporcionalmente ao tempo de exposição às postagens de gente aparentemente feliz.

 

Para desenvolver o material, os pesquisadores enviavam cinco mensagens diárias, durante duas semanas a cada voluntário de um grupo de 82 pessoas dentre jovens e adultos. Os links mostravam a quantidade de vezes que cada um dos usuários visitava a rede social e quais eram seus níveis de preocupação, solidão e satisfação geral com a vida.

 

A vida do outro tem o mesmo grau de dificuldade que a nossa. O que acontece é que a maioria das pessoas destaca somente o que acontece de bom e isso nos gera a impressão de perfeição. Não há nada de errado em evitar postagens ruins, mas devemos lembrar que as redes sociais representam apenas uma parte de nós, aquilo que achamos que vale à pena dividir, evitando ressaltar coisas negativas.

 

Não considero estas escolhas uma espécie de alienação, mas sim uma maneira de dizer: ‘isso é legal e eu quero dividir com meus amigos’. Muitas vezes, estamos tristes e, passear por uma postagem engraçada ou uma foto bonita, uma poesia, um vídeo, pode ser um incentivo. Todas as relações, devem ser saudáveis, sejam virtuais ou pessoais.

 
*Dominique Magalhães – Carioca criada na bucólica cidadezinha de Carangola (MG), Dominique Magalhães gosta de ser chamada por seu apelido: Dom. Cursou Direito, Publicidade, concluiu pós-graduação em Portfolio na ESPM, e, atualmente, estuda Pedagogia. Passeou por muitos caminhos até descobrir sua verdadeira vocação. Hoje, é escritora, produtora cultural e diretora de criação da Dom Produções Criativas, que tem foco em trabalhos de branded content. Seu livro “O que falta para você ser feliz?” – Editora Gente – é sucesso no segmento de autoconhecimento no Brasil, e está disponibilizado no mercado internacional, com tradução para quatro idiomas. Atualmente desenvolve o projeto “Sem Malas”, obra fictícia onde a personagem principal – vítima da Síndrome do Pânico – deixa para trás a família e a bem-sucedida vida profissional para viajar apenas com a roupa do corpo, em busca de um encontro verdadeiro consigo mesma.  


Fonte: Grupo Image

 

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