Pode parecer pura diversão, esporte, mas essa onda de popularização de lutas como “MMA” e “UFC” traz consigo algo muito grave. No momento em que nos deparamos com alarmantes índices de violência em assaltos, assassinatos, homofobia, agressões a professores, a mídia, sobretudo a TV, tem propagandeado esses espetáculos de pancadaria como o mais novo lazer do povo.

Argumentam seus adeptos e investidores que se trata de esporte o que se pratica nos octógonos. No entanto, a transmissão desse tipo de evento na TV aberta, cinemas, em formato reality show e até em estádios de futebol tem banalizado mais a violência. O quadro é preocupante, pois a moda dos combates, da “porrada”, onde praticamente “vale tudo”, só vem legitimar a violência disfarçada em esporte entre os jovens e, agora, entre as mulheres.

Há poucos dias, certa rede de TV divulgou o uso dessas lutas entre idosos como excelente para manter a saúde, mostrando vovós a gritarem emocionadas “porrada”, “quebra a cara dela”. Onde vamos parar? Sabemos da liberdade de imprensa. Mas acima de tudo é preciso bom senso.

Não estamos veiculando a moda da “porrada” como algo natural, divertido, emocionante? Que emoção alguém pode ter em ver a cara de alguém destruída, uma perna com fratura exposta? Não estamos alimentando o instinto violento em nossa sociedade, justamente quando sofremos com as violências cotidianas? Não será isso a apologia da violência mascarada de entretenimento esportivo?

Marcos José Diniz Silva. Historiador. Prof. Dr. do Curso de Historia da FECLESC-UECE, Campus Quixadá-Ce.

*Artigo veiculado, originalmente, no jornal Diário do Nordeste e reproduzido na Agência da Boa Notícia com autorização do autor.

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