Quando o cristão percebe, à luz da palavra de Deus, que está envolvido com a misteriosa presença divina, acorda para uma consciência responsável e um ardor missionária. A Palavra de Deus, que é dom e graça, ao entrar no coração do ser humano, quer não só sensibilizá-lo, mas a conversão deste, na busca da solidariedade e da vivência da justiça, diante da dor e do sofrimento, exigindo daquele que se dispõe a seguir a Jesus de Nazaré um esforço constante de renovação da face da terra, num desejo de superação dos sinais de iniquidade tão presente no mundo.
Como é maravilhoso notar nas pessoas uma fé viva, lúcida e consequente! Nunca é demais repetir o atraente desafio no exemplo de São Francisco de Assis, no seu louco, apaixonado e ardoroso amor, totalmente voltado para Deus e suas criaturas. Vivemos na Igreja o momento dos festejos do Pobrezinho de Assis, o qual nos favorece a meditar na radical entrega do Filho de Deus. São dias abençoados, os quais faz-nos compreender em profundidade o célebre gesto de Francisco de Assis, voltar atrás, descer do cavalo e beijar o leproso, dizendo-nos do desafio de desmontar do cavalo, que é a nossa pouca solidariedade, orgulho, intransigência e intolerância.
Aquela voz indizível que inspirou Francisco de Assis, de ir restaurar a Igreja, a vemos muito nítida no Papa Francisco, nas suas generosas atitudes de humildade, sem esquecer da sua palavra profética, sempre causando impacto com uma boa notícia. A capela de São Damião, a Igreja Porciúncula e a Igreja de São Pedro, restauradas pelo grande Santo de Assis, representam a Igreja inteira e a própria humanidade, que, à luz da palavra de Deus, precisa mais do que nunca ser restaurada e renovada.
Dizer não a indiferença, diante do clamor do mundo e da própria Igreja de Jesus Cristo em busca de socorro, é tarefa dos cristãos e de todas as pessoas de boa vontade. O mundo ficaria encantado e edificado com um gesto promissor de arauto da paz por muitos irmãos, ao dizer não a tudo que degrada, bem como a busca do poder, do ter e do prazer, quando percebemos uma acentuada tendência de se retornar ao luxo e à glória do mundo, mesmo dentro da Igreja. É nesse sentido que o Papa Francisco, não só surpreende, mas impressiona e causa admiração, pela simplicidade e proximidade com as pessoas e intimidade com o clamor do planeta.