A médica pediatra Fátima Dourado, diante do desafio de lidar com dois filhos com autismo, numa época em que o transtorno não era conhecido como hoje, tornou-se psiquiatra e com apoio de outras mães fundou a Casa da Esperança. A instituição, sediada no Ceará, é hoje referência internacional no atendimento a pessoas com autismo. Com uma equipe multidisciplinar de 170 profissionais, atende cerca de 400 pessoas, com acompanhamento intensivo de quatro horas diárias. Por essa iniciativa, Fátima foi indicada e, entre mulheres notáveis de todo o Brasil, está entre as finalistas do Prêmio Cláudia 2014.
Para Fátima, estar entre as finalistas, na categoria Trabalho Social, é uma alegria e representa uma esperança para a Casa, que se tornará conhecida por mais pessoas. “Vem a esperança de novas parcerias, a esperança de atender mais gente que não pode pagar tratamento. É uma injeção de forças”, diz ela.
Na Casa, situada na Rua Francílio Dourado, 11, no bairro Água Fria, atuam médicos, psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, assistentes sociais, enfermeiros, educadores físicos, músicos, instrutores, pessoal administrativo e de apoio. Essa equipe, desenvolve diversas atividades, como atenção à saúde, à educação especializada, à família, à produção e difusão de conhecimentos sobre autismo e à garantia e defesa de direitos das pessoas com autismo e seus familiares . Parceria com o Sistema Único de Saúde ajuda mas novos parceiros e doações são bem-vindos.
Sobre o Prêmio
O concurso promovido pela revista Cláudia, “representa a maior premiação feminina da América Latina – teve sua primeira edição em 1996 com o objetivo de descobrir e destacar mulheres competentes, talentosas, inovadoras e empenhadas em construir um Brasil melhor”, informam os organizadores. A cada ano, o exemplo das concorrentes colabora para a resolução de vários problemas sociais.
A seleção das finalistas começa no mês de março. A convite da equipe da revista, cientistas, acadêmicos, empreendedores sociais, empresários, políticos, escritores renomados e cineastas, indicam suas candidatas. Também fazem indicação, participantes de anos anteriores e leitoras. Daí, são selecionadas 250 mulheres atuantes em cinco categorias: Ciências, Políticas Públicas, Cultura, Negócios e Trabalho Social.
Depois de uma rigorosa pesquisa sobre as realizações dos nomes sugeridos, são definidas três finalistas por categoria. O processo todo envolve votação pelo site premioclaudia.com.br, pela direção da revista e por uma comissão de dez personalidades. A festa de premiação está marcada para 7 de outubro, na Sala São Paulo, em São Paulo (SP).
Por enquanto, a votação está aberta apenas para as categorias Ciência e Trabalho Social. As finalistas das outras categorias serão anunciadas e ficarão disponíveis para votação por etapas até setembro de 2014.
Conheça os três trabalhos finalistas de cada área:
Ciência
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Denise Lapa Pedreira – Obstetra paulista que desenvolveu uma técnica delicada de cirurgia por vídeo, que pode ser feita durante a gestação e ajuda a minimizar as seqüelas de uma doença que provoca malformações em bebês. -
Luciana Vanni Gatti – A pesquisadora realiza o mais abrangente de cálculo de balanço de carbono já realizado no Brasil. As informações que coleta com a equipe sobre a bacia amazônica têm relevância mundial -
Myrna Bonaldo – Pesquisadora do vírus HIV, que causa Aids, trilha o caminho que pode levar a cura da doença. Considerada uma engenheira de novas vacinas, tentar combater também outras doenças, como dengue e malária.
Trabalho Social
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Carmen Chaves e Eugênia de Melo – Conhecidas como Calhambota e Buguinha, escolheram o teatro de bonecos para atrair a atenção das crianças na periferia de Belém e abordar temas delicados como bullying, crack e trabalho infantil. Pelo trabalho, receberam prêmio até do Unicef. -
Dirce Carrion – Através do intercâmbio entre adolescentes do Brasil e de Angola, a arquiteta promove o combate ao racismo com oficinas de fotografia, vídeos e trocas de cartas. -
Fátima Dourado – Criar dois filhos autistas em um momento que a inclusão não era uma prática cotidiana em Fortaleza levou a médica Fátima a criar uma instituição de cuidados especiais com impacto nacional. Hoje, a Casa da Esperança reúne 170 profissionais, atende 350 pessoas gratuitamente e realiza mil procedimentos ambulatoriais por dia com recursos do SUS.
Mais informações: Fátima Dourado, Casa da Esperança – (fones: 85 3081 4873 / 3278 3160)
Com informações do site do Prêmio Cláudia