
Na sétima edição do Prêmio Gandhi de Comunicação, o Presidente da Agência da Boa Notícia, Prof. Francisco Souto Paulino, destacou a consolidação da iniciativa de premiar estudantes e profissionais das áreas de Jornalismo e Publicidade pelo esforço de divulgarem a paz. Desde o primeiro concurso realizado em 2008, a ABN teve a satisfação de receber cerca de 500 inscrições de trabalhos com foco no que a sociedade produz de bom.
Num mundo em que as polarizações levam a conflitos, a necessidade de buscar o entendimento por meio da comunicação gera grande responsabilidade para os profissionais da área, bem como para as empresas e instituições que formam e empregam essas pessoas. Ao mesmo tempo em que a ABN comemora o fortalecimento do Prêmio Gandhi, vê também o quanto ainda é preciso fazer pela busca da paz.
Em seu discurso, o Presidente fez alguns questionamentos: Em uma época em que o mundo parece precipitar-se para um novo conflito insensato, procuramos indícios de paz. Procuramos histórias de paz, porque é tudo o que podemos fazer para EXORCIZAR os demônios da destruição. E pergunto, por que será que o número dessas histórias de paz é tão reduzido, além de ser tão difícil transmiti-las? pergunto, por que será que o número dessas histórias de paz é tão reduzido, além de ser tão difícil transmiti-las?”
Segue a íntegra do discurso
Meus amigos,
Minhas amigas,
Convidados especiais
Estamos, mais uma vez, ocupando este auditório da FIEC, para a realização de um evento não somente agregador de idéias, mas e principalmente, edificante na solidez do Prêmio Gandhi de Comunicação, concentrando profissionais e estudantes na assimilação de uma linguagem centrada na divulgação da paz.
Alcançamos a sétima edição, com cerca de 500 trabalhos elaborados, publicados e inscritos. A cada ano a alegria desta soma é maior, e seu fortalecimento vem acompanhado de outro registro importante: quase todos os trabalhos são elaborados em equipe, unindo assim grupos em torno de temas, captando a profundidade de seus objetivos.
Isso tudo nos faz pensar que o Prêmio Gandhi, nascido de mais um sonho da Agência da Boa Notícia, atinge uma projeção capaz de podermos vê-lo em tempo próximo como um evento de cunho regional, ampliando assim a mensagem de PAZ para um maior número de jornais, rádios, canais de televisão e escolas de comunicação.
Mas, meus amigos nesta partilha de entusiasmo e dever cumprido, é hora de incluir a gratidão aos nossos apoiadores, sem eles nada, nada disso estava sendo fortalecido: Unimed Fortaleza, Corpvs, Fundação Beto Studart, Estação da Luz e Servis.
Gratidão também ao nosso diretor Luís Eduardo Girão, um discípulo de Gandhi na simplicidade e no testemunho de um batalhador pelas causas humanas e justas. Este agradecimento se estende na dosagem também do carinho à equipe da Agência da Boa Notícia: Carmina, Cely e Joana.
E…finalizando, meus amigos, este momento tão especial me faz deixar para todos nós, aqui e agora, uma reflexão sobre algo que ocupa nossas preocupações.
Em uma época em que o mundo parece precipitar-se para um novo conflito insensato, procuramos indícios de paz. Procuramos histórias de paz, porque é tudo o que podemos fazer para EXORCIZAR os demônios da destruição.
E pergunto, por que será que o número dessas histórias de paz é tão reduzido, além de ser tão difícil transmiti-las?
Apesar de ser proclamada por todo o mundo como desejável, será possível que a PAZ seja, de fato, tão inatingível ao nosso planeta, precisamente porque nós, seres humanos, temos mais habilidades para imaginar e praticar a discórdia do que para imaginar e praticar a harmonia?
Será inevitável sermos seduzidos e arrastados para o fundo dos turbilhões da violência que nos submergem, independentemente, do lugar onde estivermos, nos distanciando assim da evocação e construção da PAZ, recomeçando a fraternidade universal?
Para reforçar nossa reflexão passo a ler este poema:
PAZ:A RESPIRAÇÃO DA FÉ
A violência domina o tempo
chega como um presente envenenado
da urbanização selvagem.
Como um caminho maldito atraindo a grosseria das emoções
e o abandono do abraço.
É preciso despertar e entender a paz
nas lições de Gandhi, de Jesus Cristo,
de Irmã Dulce e no mapa dos nossos desejos.
Levemente
o sorriso voltará ao rosto
e as folhas de alecrim enfeitarão as salas
onde das janelas contemplaremos
a movimentação das ruas
ressuscitando o canto e o poema
na recepção do vento acolhedor do bem viver.
Estaremos salvos!
A Paz respirará entre a união de afetos,
entre os homens e mulheres de boa vontade combativos
e serenos, unidos no eterno diálogo do ser,
e da fartura das flores e frutos plantados, colhidos.
Seremos semeadores, autores, agentes,
colaboradores e amantes vitoriosos.
Apreciaremos as manhãs ensolaradas, a lua cheia
compondo as fotos produzidas para o amanhecer
de um novo mundo, nova crença
e de um novo homem respirando a esperança,
sentindo as batidas de um coração novo ritmadas
pelas canções de amor.
É a paz restabelecida ,
chegando mais forte, verdadeira e mansamente exercida.
(Lêda Maria F. Souto, escritora e jornalista)