Há muito tempo, acredita-se que os implantes possam conectar próteses ao cérebro de uma maneira que estimule os comandos do sistema nervoso com sinais elétricos.

Agora, essa ideia está mais perto do que nunca de se concretizar de maneira significativa. Isso porque, na Suiça, um homem paralisado dos quadris para baixo já é capaz de andar sem apoio, mesmo subindo escadas, graças a essa estimulação elétrica do nervo.

O paciente, Gert-Jan Oskam, perdeu todos os movimentos das pernas após sofrer uma lesão na medula espinhal em um acidente de moto. Depois de usar uma tecnologia precursora para recuperar um pouco da mobilidade, Oskam se inscreveu em um estudo, na Suiça, em busca de novos avanços, a partir do desenvolvimento de uma interface que contecta o cérebro à espinha e permite ao paciente caminhar naturalmente mesmo após uma lesão na medula espinhal.

Agora, com um implante no cérebro, quando Oskam pensa em mexer as pernas, ele envia um sinal para um computador que ele carrega em uma mochila, que, calcula quanta corrente enviar para um novo marca-passo em seu abdômen. Esse, por sua vez, envia um sinal para o implante mais antigo em sua medula espinhal, que faz com que suas pernas se movam de maneira mais controlável. Um capacete com antenas ajuda a coordenar os sinais. “A estimulação antes estava me controlando e agora estou controlando a estimulação”, disse Oskam sobre o novo equipamento.

Os cientistas que desenvolvem a tecnologia e trabalham com ele detalham que Oskam pode caminhar cerca de 200 metros por dia e ficar sem ajuda por cerca de 2 a 3 minutos. Certa vez, detalha Oskam, havia uma pintura que precisava ser feita, mas não havia ninguém por perto para ajudá-lo. Com a nova tecnologia, ele simplesmente pegou sua muleta e fez sozinho.

Incrivelmente, depois de menos de um ano, e de forma totalmente inesperada, os cientistas acreditam que a tecnologia “fechou a lacuna” em seu sistema nervoso, e ele agora pode se levantar de uma cadeira e até andar com a ajuda de uma muleta, mesmo quando o dispositivo está desligado.

Os cientistas planejam trabalhar, no futuro, com pacientes com braços e mãos paralisados, e até mesmo com vítimas de derrame, já que a “ponte digital” é um enorme avanço na tecnologia de estimulação do sistema nervoso.

 

Fonte: NBC

Foto da capa: Weber Gilles / Hospital Universitário de Lausanne (Suíça)

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