Hospital São Camilo Fortaleza possui atendimento de psicologia, serviço social e enfermagem para deixar o momento mais tranquilo
Os desafios que a pandemia impõem podem começar no nascimento de um bebê, em especial àqueles que precisam passar pela UTI Neonatal nos primeiros dias de vida. Novas estratégias passaram a ser adotadas na UTI neonatal do Hospital São Camilo Fortaleza, como a restrição de visitas, por exemplo. Para garantir que o momento seja o mais tranquilo e seguro possível, a unidade atua com uma equipe de profissionais para auxiliar às mães, oferecendo atendimento de psicologia, serviço social e enfermagem. Diariamente as mães recebem boletim médico, fotos e vídeos do bebê, além de chamada de vídeo feita pelos profissionais.
“Não poder ver o bebê, naturalmente, é uma coisa que abala muito o emocional das mães. Principalmente porque muitas delas sequer tiveram a oportunidade de segurá-lo por terem tido alguma intercorrência e, após o parto, o bebê precisou ir direto para a UTI neonatal. Então é muito difícil, além do não tocar, não poder ver, não poder estar ali pertinho, mas, apesar disso, algumas estratégias são feitas para tentar minimizar esse impacto”, explica a psicóloga Elisângela Lima.
Elisângela conta que inicialmente é feita uma carta afetiva que a equipe médica entrega às mães, explicando, conscientizando a importância de fazer essa restrição nesse momento da pandemia. São colocadas as informações, mas também é realizado um acolhimento. “Há um momento de dor que a gente entende que elas estão passando por ter que ficar longe, e a psicologia, sempre que possível, tem feito ligações para atendimento psicológico para as mães. Para as mães que fazem o desmame no lactário, fazemos o atendimento presencial, apesar de elas não poderem entrar na unidade da UTI, mas ainda sim a gente faz o atendimento delas, além daquelas mães que ainda estão na enfermaria”, compartilha.
Joyce Guimarães, Coordenadora Médica da UTI Neonatal, explica que quando o bebê entra na unidade neonatal a mãe fica ciente de que ele não pode receber visitas. “Todos os dias nós enviamos o boletim médico com uma foto ou com vídeo do bebê, com as informações diárias através de celular. Mandamos o peso, as medicações que estão tomando, pelo menos uma vez ao dia. Muitas vezes fazemos chamadas de vídeo, então, temos registros de agradecimentos, outros de angústias, de querer saber notícias porque a gente sabe que ter essa angústia é natural, independentemente de ser virtual ou não. Só o fato de estar com o bebê internado na UTI, isso já requer uma situação que a gente tem que acolher as mães e a cada paciente a gente tenta adequar”, diz.
“Em datas especiais, como o dia das mães, a gente costuma fazer homenagens para elas através de mimos. Nós enviamos fotos com mensagens, umas fotos mais estilizadas nesse dia das mães, por exemplo, ou vídeos, então, a cada data especial a gente vai pensando uma estratégia, utilizando a criatividade para tocar o coração das mães minimizando esse momento de dor”, conta Elisângela Lima.