Francisco Souto Paulino, ou apenas Professor Souto, foi um dos fundadores da Agência da Boa Notícia, em 2007. Atuando como presidente da instituição até o ano de 2019, foi um dos precursores no objetivo de trabalhar com a comunicação de paz e estimular a propagação de boas notícias.
Em um ano atípico, quando a busca por notícias leves e positivas se mostrou ainda mais necessária, o profissional reflete a trajetória da ABN em uma entrevista especial. Confira.
- Como o senhor avalia a história da Agência da Boa Notícia no Ceará desde sua criação, até os tempos atuais ?
A Agência da Boa Notícia surgiu através do objetivo de um grupo preocupado com o rumo da comunicação e sua ampla divulgação e cobertura da violência instalada no Estado do Ceará. Tivemos então a inspiração da seguinte missão: estimular a cultura de Paz através da comunicação, para toda a sociedade, firmando o compromisso com a valorização da vida através da notícia.
- Qual a importância da Agência para o senhor e qual papel transformador ela teve em sua vida?
A importância é uma só. A Agência foi a prática de teorias sempre planejadas. Passamos a solidificar no grupo de trabalho o propósito de aprendermos e executarmos ideias motivadoras da boa comunicação. Era para mim um novo capítulo da minha vida, do meu sonhar. Assumimos com amor e entusiasmo essa missão. Plantávamos uma semente e entusiasticamente, regávamos diariamente, sem permitir que ervas daninhas pudessem atrapalhar o plantio e a colheita. O trabalho de equipe, acredito, representou o esforço conjunto de todos para que a ABN crescesse forte, abrindo caminhos direcionados à paz pela comunicação.
- Professor Souto, o senhor acredita na importância da missão de espalhar boas notícias pelo mundo?
Sim. Esta é também a nossa visão de futuro, como agência, de abrirmos barreiras geográficas e mercadológicas, considerando a busca de sermos reconhecidos como referência na disseminação da Cultura da Paz, conquistando na mídia uma grande vitória: Alimentar uma nova consciência do comunicador na propagação dessa cultura, gerando notícias positivas em seus veículos de comunicação, programas, reportagens e noticiário.
Motivar a inclusão de disciplinas sobre Cultura de Paz, nos programas e currículos das escolas e das universidades é outra missão. Formarmos grupos para estudar e executar atividades centralizadas no tema e nos objetivos e tantas outras ações que podem e devem contribuir para espalhar boas notícias. É uma missão árdua, mas possível de ser desenvolvida.
- O que podemos fazer para sermos mais propagadores de boas notícias diante de momentos tão difíceis?
Primeiramente, precisamos entender este momento, avaliar o que podemos aprender ou reaprender com ele. Muito da nossa felicidade consiste em colocar a mente em pensamentos otimistas, animadores, ajudar ao próximo e exercer a solidariedade. Em defender a natureza, acreditar na ciência e etc. Devemos entender que uma situação difícil deve proporcionar novas aberturas para o pensar e agir.
Cada um tem sua meta, seu julgamento sobre o momento. Julgo que é uma transição. É o nosso refazer diário com o mundo, a família e o trabalho. Vivemos um novo mundo nos cobrando ações e inovações, e as boas notícias, que nesses anos, tornam-se credos no dia a dia da ABN, já nos deram uma aprendizagem, uma certeza da importância de sermos sempre positivos e humanos, a favor da Paz.
“O tratamento da verdadeira informação necessita ser ampliado, cultivado, gerando compreensão, harmonia, paz, serenidade e esperanças. Façamos a Paz pela Comunicação.”
- Quais dos projetos/ações da Agência da Boa Notícia o senhor poderia destacar como dos mais importantes para a sociedade?
Podemos destacar a Criação do Prêmio Gandhi, onde a Agência da Boa Notícia realiza há 12 anos a aproximação com profissionais de imprensa, estudantes de Comunicação Social, além dos produtores de conteúdo online, apoiando seus trabalhos e criações para a Cultura de Paz, junto a sociedade, disseminando esta boa notícia e imagens, tão necessárias, e sendo atraídos para esta premiação. Vale citar ainda a criação deste site como fonte diária de boas notícias consumidas, também, por outros canais e a participação em seminários, workshops e palestras.
- Destacando sobre o Prêmio Gandhi, qual sua avaliação sobre a importância dele?
O Prêmio Gandhi, em sua modalidade, único no Brasil, é o mais importante instrumento impulsionador da Paz, aprovado e gerando total entusiasmo e participação dos estudantes e profissionais, de muitas gerações e credos, apoiando-os no exercício de suas criações em prol da Cultura de Paz, junto a sociedade. É, sem dúvidas, um marco para a Agência da Boa Notícia e todos os profissionais envolvidos em sua criação e manutenção.
- É também uma realização pessoal contribuir com a trajetória da Agência da Boa Notícia?
Sem dúvidas. A gratificação vai muito além do profissional, sabemos que a ABN constrói uma história bonita, que vem mudando mentalidades e avivando as cores mais fortes da boa notícia, contribuindo direta e indiretamente com este plantio e colheita da Paz. Continuamos sempre evoluindo e buscando as formas de bem conduzir cada projeto, cada sonho, sabendo o tamanho dessa responsabilidade. Somos gratos por toda a rede de apoio que recebemos dos nossos apoiadores, patrocinadores, assim também como aos profissionais da comunicação em seus diversos canais de jornais, rádios, impresso e TVs, assim como aos professores e diretores dos cursos de Comunicação existentes no Ceará. Fazemos a Boa Notícia juntos!
Perfil Profissional
Francisco Souto Paulino nasceu em 10/08/1935, em Canindé-CE. Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará e pós-graduado em Sociologia do Desenvolvimento pela Universidade Federal. Também possui Pós-Graduação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Nova de Lisboa em Portugal.
Foi professor durante 22 anos da Universidade Federal do Ceará, onde também teve a oportunidade de contribuir como administrador e coordenador do Departamento de Comunicação Social. Instalou e coordenou o Curso de Comunicação Social da Faculdades Nordeste – FANOR e lecionou na Universidade de Fortaleza – UNIFOR.
Também é autor de diversos textos científicos, entre eles, o livro Nordeste, Poder e Desenvolvimento Sustentado- resultado da sua pesquisa de mestrado.
Prof. Souto participou do grupo idealizador da Agência da Boa Notícia, onde atuou como presidente até o ano de 2019.