O objetivo do projeto é oportunizar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade através de atividades que estimulam o crescimento social, intectual e apoio psicológico



Foto: Reprodução / Facebook


 


Foi através de um diagnóstico triste que nasceu o Projeto Meninos de Deus. Situado no Jangurussu em Fortaleza, um dos bairros mais violentos da capital, o projeto atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Jovens que já passaram por algum delito ou que precisam de apoio e incentivo para não enveredarem no caminho das drogas e do crime.


 


De 2006 a 2008 foi realizado um estudo na comunidade Santa Filomena, que pertence ao Jangurussu. Na ocasião foram abordados 43 jovens, com idades entre 14 e 25 anos, já envolvidos com a criminalidade. Desse total, 36 morreram vítimas da violência, no intervalo de um ano. Mais de 80% desses adolescentes perderam a vida para o tráfico.


 


Diante dessa realidade surgiu o projeto Meninos de Deus. O objetivo é oportunizar crianças e jovens através de uma visão integral que inclui esporte, artes, cultura, diálogos sobre violência e apoio psicológico. 


 


Meninos de Deus


O projeto existe há 9 anos e conta com 42 voluntários, desse total 12 trabalham diretamente. Paulo Uchôa, coordenador do projeto, relata um pouco das atividades. “Todas as terças e quintas temos rodas de conversa, na ocasião procuramos motivar os meninos e mostrar um outro mundo, novas oportunidades… esse trabalho é fundamental para conhecer cada vez mais a realidade e procurar a melhor forma de direcionamento”.


 


São assistidas 140 crianças e adolescentes: 80 na comunidade Santa Filomena e 60 no bairro Novo Perimetral, com ênfase no trabalho de prevenção. O trabalho é realizado em parceria com a Visão Mundial, organização não-governamental humanitária que atua há 41 anos no Brasil. A Ong trabalha na organização e impulsão do corpo técnico (empresas e doadores), busca convênios e formaliza importantes parcerias para a realização das atividades.


 


Segundo o coordenador, a grande dificuldade enfrentada é a falta de profissionais voluntários. “Precisamos de mais psicólogos, assistentes sociais, pastores, padres, pessoas que possam oferecer lanches para os meninos”, informou Paulo, salientando que toda ajuda é bem-vinda.


 


Transformação


Um dos bons exemplos alcançados com o projeto é o de Roberto Rony, hoje ele faz parte da equipe de voluntários. “O projeto me deu uma direção, na época estava com muitos conflitos na minha mente, simpatizando com o crime, ele me proporcionou outra vida”, afirmou Rony. Hoje o voluntário está com 29 anos, casado e com muitos planos para o futuro, inclusive o de cursar uma faculdade e conseguir espaço no mercado de trabalho.


 


A artesã Valônia Cruz também contribui com o projeto. Mãe de dois filhos, viu o mais velho enveredar para o mundo das drogas com 15 anos. “Eu transformo a minha dor em trabalho voluntário. Ofereceram droga para o meu filho dentro da escola quando ele tinha dez anos e esse vício o tirou de perto de mim. Ele não consegue sair desse mundo. Eu trabalho para que outras mães não passem pelo o que eu passo todos os dias na esperança de ter o meu filho de volta”, relatou Valônia emocionada.


 


Serviço


Projeto Meninos de Deus


 


 

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