De todas as celebrações do emblemático centenário de Chico Xavier, considero uma o ápice: o longa metragem sobre a sua vida, que estreia nesta sexta feira, 2, sob a expectativa de milhões de brasileiros. Tive a honra de assistir “Chico Xavier, o Filme” na avant premiére ocorrida em Pedro Leopoldo (MG), terra em que Chico escolheu para nascer nesta vida. Embora eu já houvesse acompanhado as gravações no set, assim como também algumas cenas na mesa de edição, confesso que me surpreendi muito positivamente com o resultado final. O filme está lindíssimo! Chega a emocionar tanto que leva o público em questão de instantes do choro – pelas inúmeras provações que Chico passou – às gargalhadas, fruto da ingenuidade e pureza de coração deste grande pacifista do Brasil.


O filme enfoca sobretudo o ser humano Chico Xavier, com medos e conflitos como qualquer um de nós, mas também com uma coragem comovente: mesmo com tantas adversidades, ele renunciou desde cedo à sua própria vida para seguir com firmeza os ensinamentos de seu mestre Jesus! A produção mostra ainda a extrema coerência entre o que Chico pensava, falava e agia e foi beneficiada pelo olhar isento do excelente diretor Daniel Filho, ateu convicto e grande maestro desta megaprodução que custou mais de R$ 10 milhões. O roteiro é do premiadíssimo Marcos Berstein (Central do Brasil) e está ancorado na biografia best seller que o também cético jornalista Marcel Souto Maior escreveu sobre o médium mais famoso do mundo.


Talvez por isso e pela própria história do personagem, que transcendia a questão religiosa, o filme sobre a vida de Chico Xavier é convidativo para todos os públicos, pertencentes a quaisquer crenças, e agradará as mais diversas faixas etárias. O espectador sairá leve, reflexivo e feliz da sala de cinema, levando na mente e na alma uma certeza: a de que o amor vale a pena. Além disso, “Chico Xavier, o filme” traz um elenco estelar, com Tony Ramos, Cristiane Torloni, Letícia Sabatela, Giovanna Antonelli, Cássio Gabus Mendes, Paulo Goulart, Cássia Kiss, Ângelo Antônio e Nelson Xavier. Com um importante detalhe: muitos deles já admiravam Chico e encontraram uma forma homenageá-lo através de sua atuação.


Trata-se, sem dúvida, de uma produção que deve consolidar uma nova Era, um diferente gênero do cinema brasileiro a ser, quem sabe, até exportado, já que tem como pano de fundo a promoção da cultura da paz e da vida através de valores éticos universais. Esse conceito, aliás, foi percebido a partir do inesperado sucesso do longa cearense “Bezerra de Menezes: o diário de um espírito”, em 2008.


Apesar do filme ter todos os ingredientes para uma repercussão retumbante na telona, cabe a nós, admiradores desse humanista e nosso contemporâneo, puxar essa corrente do bem e proporcionarmos uma verdadeira invasão de amor às salas na próxima sexta feira. Pelo pouco que entendo desse mercado cinematográfico, aprendi que o comparecimento do público no primeiro fim de semana em que o filme entra em cartaz é fundamental para determinar se ele terá vida curta ou longa. E motivo é o que não falta para levarmos nossos familiares, amigos e colegas de trabalho, logo no 2 de abril, para prestigiar Chico Xavier nas telas. Por uma “conspiração divina”, dia 2 também é o aniversário de 100 anos de Chico. E que neste ano caiu, acredite, em uma Sexta-feira da Paixão. Coincidência? Será uma justa e merecida homenagem que prestaremos não só a este inesquecível brasileiro mas também a um novo olhar sobre a sétima arte que ansiamos esteja cada vez mais presente na mídia.

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