Todos os dias, quase oito bilhões de seres em passagem material no planeta Terra, experimentam uma rotina radicalmente igual, existindo 24 horas de maneiras diferentes e em locais diversos, mas, cumprindo rigorosamente uma estadia isonômica por aqui em termos horários.


Levando em conta que a existência média está em torno de 70 anos atualmente, vivemos então 25.550 dias, o que dá 613.200 horas, um bocadão de tempo né? Pois então, perceba que a grande maioria vive esse tantão de tempo, sem presenciar ou sofrer algum tipo de violência mais significativo.


Peguemos como exemplo uma cidade como Natal, onde vivem uns 800 mil habitantes. Num dia qualquer essas 800 mil pessoas podem ser vistas indo para o trabalho, colégio, pegando ônibus, andando de carro, etc. A violência decorrente de assaltos, assassinatos, estupros, roubos e outros mais, podem chegar a atingir 0,12% da população, o que dá mil ocorrências, já considerando esse número fora da realidade.


Perceba que a criminalidade foi relativamente pequena diante da normalidade da vida dos demais habitantes, mas, se você for ligar uma TV ou ler algum impresso, perceberá no conjunto do tempo televisivo ou dos jornais, que o tema violência, ocupa cerca de 30% ou até mais, dissolvido em telejornais, filmes e em outros momentos, passando a falsa impressão que estamos vivendo num mundo bárbaro, num mundo sem jeito e que basta sair às ruas, para acontecer algo negativo.


Entenda bem que não estou negando a violência e os fatos reais que gravitam em torno da questão, apenas exponho aqui com dados, que eles não são tão grandes como estão falando, ocorrendo isso, pelo desproporcional espaço concedido aos fatos negativos pela imprensa em geral e, não vai aqui julgamento de valor sobre isso, pois sei que o próprio povo gosta de ver a desgraça alheia, até como forma de aliviar suas agruras pessoais e seus sofrimentos materiais e emocionais, sendo isto, prato cheio para outros artigos.


Apesar dos crimes, assaltos, atos terroristas, estupros e demais barbáries, o planeta Terra evolui. As leis são feitas no sentido da sociedade não aceitar mais a escravidão, a discriminação, atos de guerra absurdos, sendo que cada país, levando em conta questões religiosas, políticas ou culturais, decide com certas particularidades, como regular isso e aquilo.


Um olhar histórico e isento deixa bem claro que muitas coisas já foram bem piores. Que determinadas posturas violentas foram sendo lentamente modificadas e, até questões comportamentais relacionadas à sexualidade e ao livre pensamento, são respeitadas e amparadas por legislações mais humanistas.


A imprensa bem que podia dar mais espaço para documentários que mostrem os países e suas coisas boas, os campos, os lugares turísticos, a vida animal, as raças, as religiões, os rios, mares e a linda vegetação terráquea.


Tantas coisas boas para assistirmos e lermos em grandes veículos, as ações das pessoas do bem, belas imagens de gestos solidários, decisões políticas que incluíram milhões de pessoas em um universo de contentamento.


São tantos os acontecimentos fantásticos que nos remetem ao mundo mágico do coração sadio e feliz, que oro silenciosamente para que o véu da ignorância possa ser cada vez mais removido e, mergulhados na luz, possamos valorizar nosso lado pacífico, nosso comportamento adequado, deixando de lado cada vez mais esses seres momentaneamente desvirtuados e que, sem tanta publicidade sobre seus atos, mudem e, enfim, o paraíso, o planeta que evolui, possa chegar a tão esperada Era de Aquarius, onde o certo é que vai ter ibope e, o ser equivocado, será corrigido com amor, causando efeito prático e modificando a rota dos que ainda precisam de perdão e nova oportunidade de correção.

 

Flávio Rezende é escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN Email: escritorflaviorezende@gmail.com

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